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Reportagem: Havok, Darkest Hour, Cephalic Carnage, Harlott @ Lisboa Ao Vivo, Lisboa - 18/04/2018


O aquecimento da edição deste ano do Vagos Metal Fest teve lugar no passado dia 18 de Abril, com um concerto na sala lisboeta do Lisboa Ao Vivo. O elenco escolhido pela Amazing Events misturava o thrash metal dos Havok (uma das melhores bandas da edição transacta do festival) e Harlott, o grindcore dos Cephalic Carnage e o metalcore dos Darkest Hour.

Numa noite quente para a época do ano, quem se deslocou à sala de Xabregas não deu por mal gasto o dinheiro do bilhete. Só é pena que a adesão não tivesse sido suficiente para dar uma casa cheia à prestação de quem esteve em palco, mas uma quarta feira acaba por servir para justificar a falta de mais algumas dezenas de headbangers.

Os australianos Harlott entraram em palco com a atitude de quem ia encerrar o concerto. Excelentes riffs e uma atuação muito coesa do quarteto de Melbourne, garantiram que aqueles que decidiram aparecer para ver a banda de abertura ficaram fãs. O humor característico dos “aussies” não podia faltar, enquanto despedaçavam o LAV com temas como “Effortless Struggle”, “Export Life” ou “Means To An End”, a mostrar bem a influência que a Bay Area de São Francisco dos anos 80 tem para a banda.

Apesar de já não editarem nova música desde 2010, os norte-americanos Cephalic Carnage nunca desapontam e continuam a trazer o seu Grindcore death metal a palcos um pouco por todo o lado. O ano passado foram cabeças de cartaz do XXXChicken Party em Cantanhede e este ano apresentam-se em Lisboa com o seu carrosel de emoções alimentado a cerveja e erva. 20 anos passaram desde a edição do LP de estreia da banda do Colorado, “Conforming to Abnormality”, mas a banda de Lenzig Leal continua a debitar decibeis como se não houvesse amanhã, caso das faixas “Persistent Cerebral Arousal Disorder” ou “Raped By an Orb”, finalmente a arrancar uma moshada valente na plateia. Destaque para o baixista Nick Schendzielos, que nesta noite tocou por duas vezes, pois é o baixista dos cabeças de cartaz Havok. “Black Metal Sabbath”, a icónica faixa de “Lucid Interval”, o álbum de 2002, costuma ser usada para a banda desbundar em palco, e em Lisboa não foi excepção: máscaras, pulseiras de picos e um baixista a usar uma máscara de cavalo arrancam sorrisos da plateia e muitos aplausos para o encerrar de cerca de 35/40 minutos tocados sempre no vermelho!!

De Washington DC vieram os Darkest Hour, banda que alia a paixão e a energia do hardcore punk com a velocidade e fúria do death metal na sua vertente mais melódica. Esse caldeirão de influências traz para cima de um palco um quinteto robusto e que até deu origem ao que hoje designamos como metalcore. 
Com mais de duas décadas de carreira é difícil escolher faixas para um alinhamento, mas a banda decidiu apostar na promoção de “Godless Prophets & the Migrant Flora”, o seu último álbum de originais datado de 2017. “Knife in the Safe Room” e “The Flesh and the Flowers of Death” foram destaques de um concerto que surpreendeu muitos dos presentes, e que teve o seu ponto alto com a sala inteira a entoar o clássico dos Dead Kennedys “Nazi Punks Fuck Off”, com uma mensagem por parte do vocalista John Henry sobre o repúdio à existência nos dias de hoje de nazis em concertos rock/metal/punk.

Ecoava “Bohemian Rhapsody” dos Queen pela sala e o burburinho foi-se intensificando. 
Afinal, estava para entrar em palco a banda que a maioria tinha vindo assistir. Os thrashers Havok trazem consigo sempre um ar de nostalgia nas suas actuações, pois é impossível não ouvir Exodus, Slayer ou Forbidden em cima do palco. A banda de Denver é eximia em fazer gastar até à última gota de energia do público, e quem marcou presença nesta celebração foi decerto esgotado para o trabalho na quinta feira seguinte! Deixando apenas de fora do alinhamento o álbum de estreia, foi em “Conformicide”, o seu último disco, que incidiu a prestação dos norte-americanos. “Ingsoc” e “Masterplan”, ambas com versões mais alongadas que o costume para uma banda de old school thrash metal, resultaram muito bem ao vivo, assim como o excelente “Peace Is In Pieces”, mas foram os clássicos que a plateia vibrou mais, especialmente “Covering Fire” e o velhinho “From the Cradle to the Grave”, com Nick Schendzielos novamente em destaque, ao subir ao primeiro andar para tocar durante a primeira metade e depois finalizar no meio do circle pit.

O aquecimento para Vagos está feito... Venha o jogo principal!!


Reportagem por Vasco Rodrigues
Agradecimentos: Amazing Events