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Converge - "Beautiful Ruin" Review


O novo EP dos Converge começa com “Permanent Blue”, em que a voz de Jacob Bannon relembra-me de Jello Biafra em “Forkboy” dos Lard, com um ataque da secção rítmica agressivo e preciso, lembrando aquela banda mas com um groove muito próprio. Por sua vez, a guitarra de Kurt Ballou parece “atirar”, em direcção ao resto da banda, melodias de guitarra cortantes.

Abertas as hostilidades, passamos para “Churches and Jails” que recorda Trashtalk tal é o desempenho frenético dos Converge, ao passo que a voz de Jacob Banonn começa a distorcer gradualmente, face ao tema anterior.

Ao terceiro tema, “Melancholia”, a voz é marcadamente rasgada, assim como os ruídos (no bom sentido) da guitarra de Kurt Ballou surgem e desaparecem ao longo do tema, terminando numa parede de feedback que segue directamente para o último tema do EP. 

Em “Beautiful Ruin”, as vozes são esquizofrénicas, o groove da bateria de Ben Koller e o baixo de Nate Newton comandam, ao passo que a guitarra surge como mais um instrumento rítmico e não melódico como nos temas anteriores, não dando ao ouvinte espaço “para respirar” e deixando uma sensação de vazio assombrosa quando termina abruptamente.

Para efeitos de contexto, estes temas terão sido deixados de fora do álbum “The Dusk in Us”, que nos seus singles “A Single Tear” e “I Can Tell You About Pain”, me deu a conhecer uma das bandas mais influentes ao nível da fusão de estilos de música extrema (metalcore e hardcore principalmente). 

E assim temos em “Beautiful Ruin” uma viagem rápida, agressiva e dilacerante que deixa vontade para ouvir de novo. Por outras palavras, os Converge conseguem em poucos minutos cativar o ouvinte, deixá-lo ansioso por mais, sem abandonar a sonoridade que os torna únicos.

Nota: 7/10

Review por Raúl Avelar