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Reportagem: Wildnorthe @ Lounge Bar, Lisboa - 30/01/2020


Os Wildnorthe podem até fugir um pouco ao tipo de bandas que é habitual encontrarem na Metal Imperium, mas existe qualidade suficiente na sua música para nos fazer deslocar ao Lounge e acompanhar o seu concerto. Com os respetivos desvios que a sua música toma em relação ao rock, ela encontra-se ainda dentro desse perímetro, perto da margem, mas ainda no seu interior. 
O seu álbum de estreia Murmur, lançado no passado ano recebeu críticas muito favoráveis (nossas também) e a sua atuação ao vivo no último festival Under the Doom, também deixou uma boa impressão. Se apanhou de surpresa alguns espetadores menos informados, teve o condão de rapidamente captar o seu interesse. 
Estes espetáculos que a banda tem dado, continuam a ter como objetivo a promoção desse último trabalho. Esta noite era a vez do Lounge, em Lisboa, para no dia seguinte viajarem até Coimbra e fazerem a apresentação na Tabacaria/Teatrão. A diferença rapidamente identificada nesta noite, em relação ao concerto dado no Under the Doom, prendia-se com o terceiro elemento presente. Desta vez Sara Inglês e Pedro Ferreira fizeram-se acompanhar pelo baterista João Vairinhos e a sua música ganhou com isso.

O concerto de ontem foi dado num espaço pequeno e acolhedor. Foram a única banda a atuar, o que significa que quem ali se deslocou estava perfeitamente identificado com o pós-punk e com todos os caminhos que o som dos Wildnorthe experimenta. A sua atuação teve início com “Descend” e logo essas suspeitas se confirmaram, os Wildnorthe estavam entre amigos. O público presente nesta noite fez questão de se levantar, dançar ao som da sua música e no final, aplaudir cada tema tocado.
Murmur foi devidamente apresentado, numa atuação que durou quarenta minutos sempre a um bom ritmo. Sara e Pedro dividiram o protagonismo, ora cantando um, ora cantando o outro. Os temas “Howler”, “Savage Eyes” e “Branch” foram tocados de enfiada, sem paragens para agradecimentos ou outro género de interrupções. Todo o concerto foi seguido, sem perdas de ritmo ou tempo. A única interrupção deu-se na última música e enquanto ela estava a ser tocada. O limitador de som do local resolveu disparar, fazendo com que o tema tivesse que ser repetido.
Bom concerto dos Wildnorthe nesta noite fria de quinta-feira. A sua sonoridade mais eletrónica deixou satisfeito o público que ali acorreu para os ver. A forma como cada tema foi aplaudido também não deve ter deixado este trio indiferente e no final Pedro Ferreira agradeceu a presença e o apoio de todos os que compareceram neste evento, que até tinha entrada gratuita.


Texto por António Rodrigues
Fotografia por Daniela Jácome Lima
Agradecimentos: Lounge Booking e Wildnorthe