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Hexvessel - "Kindred" Review


Ao ouvirmos este novo álbum dos Hexvessel, que foi lançado no passado dia dezassete de abril, vem-nos imediatamente à memória aquele som antigo, pioneiro mesmo, de bandas como Hawkwind, Uriah Heep e Jethro Tull, por exemplo (tão bom…). Mas estes finlandeses (onde está também presente um inglês) não são uns meros imitadores, eles construíram o seu estilo alicerçando-o nesse som tão anos setenta, mas sempre seguindo o seu próprio caminho. Este "Kindred" é já o seu quinto álbum e prova que eles estão aí para as curvas, mantendo-se fiéis ao som que adotaram como seu.

Rock folk psicadélico é o estilo musical dos Hexvessel que, neste último trabalho, nos surge um tudo nada mais sombrio, nada que perturbe a beleza dos temas. Em busca de alguma inspiração, ou apenas para regressarem a um local onde obtiveram tão bons resultados no passado, a banda decidiu gravar "Kindred" nos estúdios em Tampere onde já havia anteriormente gravado "No Holier Temple". Para a masterização deste registo contaram com a preciosa ajuda de John Davies, que já trabalhou com Lana Del Rey, The Killers e até Led Zeppelin. A viagem ao passado não se ficou pelo estúdio, também a própria editora Svart Records, com quem gravaram o seu álbum de estreia "Dawnbearer", foi a parceira escolhida para "Kindred".

As dez músicas deste novo registo levam-nos de ambientes mágicos e místicos até altares de sacrifícios. Para nos ajudarem nesta viagem espiritual, os seus temas servem-se de uma panóplia de instrumentos que são por eles tão bem misturados, oferecendo-nos como resultado um som assustadoramente calmo, sinistro, embora com muito conteúdo. Entre elas encontramos “Fire of the Mind”, um original dos ingleses Coil e também “Sic Luceat Lux” e “Phamily”, dois temas instrumentais, curtinhos.

Mat McNerney, o tal inglês que falámos há pouco, parece ser o génio da banda, para além de vocalista e guitarrista. Aclamado pelo seu ecletismo, ele já colaborou até com bandas norueguesas de black metal. É todo esse saber acumulado que contribui para o sucesso dos Hexvessel. Na verdade, a banda já foi consideravelmente premiada na Finlândia pelos seus anteriores trabalhos. Será que com "Kindred" vão finalmente derrubar as fronteiras e alcançar reconhecimento também no estrangeiro? O álbum é bom, vamos esperar para ver.

Nota: 8.9/10

Review por António Rodrigues