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Entrevista aos Mors Principium Est


Andy Gillion é um multi-instrumentista e compositor britânico. Ele é até o guitarrista principal da banda de Melodic Death Metal, Mors Principium Est. Sete é um número que, em algumas culturas, é considerado perfeito. Mesmo assim, sete são os álbuns lançados e “Seven”, lançado no dia 23 de outubro de 2020, pela AFM Records, é o nome desse disco. Andy contou à Metal Imperium como escreveu as músicas, a capa do álbum, os vídeos, como é fazer parte da cena Melodic Death Metal e muito mais. É um álbum para descobrir!

M.I. - Olá. Obrigada por terem aceitado esta entrevista. Porque é que decidiram chamar este álbum “Seven”? Tem algum significado mitológico, já que esse número é considerado perfeito em algumas culturas?

Temos tido muitas perguntas sobre isso. Para ser honesto, andamos para trás e para a frente com algumas ideias e não conseguimos concordar em nada. No final, sendo este o sétimo álbum da banda, “Seven” parecia simples, mas conveniente. Eu, pessoalmente, achava que a música devia definir o álbum/nome do álbum mais do que outra coisa qualquer.


M.I. - “Seven” é a continuação perfeita de onde vocês pararam com "Embers Of A Dying World“, em 2017: mais progressivo, combinado com orquestrações sofisticadas e fundido com melodias dramáticas. Era isto o que queriam, enquanto escreviam o álbum? O que foi mais desafiante? Letras, orquestrações, melodias ou arranjos? Quais foram as vossas inspirações para as mesmas?

Eu aproximei a composição do álbum da mesma forma que fiz com os anteriores para a banda. Eu tento escrever o melhor álbum de Melodeath que consigo e quaisquer influências pessoais que acabei de sentir naturalmente, ao juntar isso tudo. Eu acho que há muitos elementos progressivos neste e talvez pelo facto de eu ter escrito um álbum muito instrumental e progressivo. Eu inspiro-me em todo o tipo de cenas, jogos de vídeo, bandas sonoras, música clássica – mas no final, a música tem de soar excelente e acima de tudo, tem de soar a Mors Principium Est. Por isso, tenho de entrar na personagem, para escrever para a banda. Pessoalmente, acho que este álbum poderia ser a mistura perfeita de todos os elementos dos álbuns anteriores antes deste.


M.I. - Guitarras e partes orquestrais foram gravadas no estúdio caseiro do Gillion, vozes e bateria foram gravadas nos Ansa Studio (Finlândia) e, finalmente, misturadas e masterizadas pelo feiticeiro de som e amigo de longa data da banda, Thomas "Plec" Johannson, no The Panic Room, na Suécia. Acham que ao gravar o álbum em sítios diferentes, alcançariam o som que desejavam?

Sim! Eu acho que só assim poderíamos ter feito as coisas e o resultado foi um sucesso. Se não tivéssemos todas estas questões com a pandemia, voar com todos para o mesmo estúdio, para passar um mês ou dois a gravar, estaria fora do orçamento. Faz sentido gravar as nossas partes separadamente e misturá-las num só lugar – e o Plec fez um trabalho incrível, como sempre, na produção deste álbum!


M.I. - Quantas músicas foram escritas antes de serem escolhidas as finais? Que critérios foram importantes para vocês, para alcançar o resultado final?

Eu praticamente escrevi as melhores músicas que pude e enviei por e-mail para o Ville para as podermos discutir. Eu acho que este álbum teve a menor quantidade de músicas rejeitadas, a maioria delas entrou no álbum. Eu tenho um par de ideias “que sobram” no meu computador, muitas até! Mas aquelas que viraram canções completas, quase todas chegaram ao álbum final, com exceção de algumas. Não gosto de escrever 20 canções e escolher as melhores, pois dediquei muito tempo e esforço para escrever cada música, como se estivesse a criar os meus próprios filhos. Por isso, vê-las “partir”, é quase sempre doloroso.


M.I. - Falemos da capa do álbum, que foi desenhada pelo Jan Yrlund, da Darkgrove, que trabalhou com os Amberian Dawn, Korpiklaani, Apocalyptica, para nomear alguns. Que tópicos/ideias, lhe deram para chegar a este resultado incrível? Era importante colocar elementos finlandeses?

Eu acho que lhe demos as ideias básicas e ele simplesmente pegou nelas e criou algo sem que nós soubéssemos como ficaria. Pessoalmente acho que é a melhor arte de álbum para a banda, e fiquei feliz por ver como ficou. Discutimos as cores e o facto de querermos que a “Morte” figurasse novamente, como nos álbuns anteriores – o resto é feitiçaria do Yrlund!


M.I. - “A Day For Redemption” é o primeiro single, lançado no dia 14 de agosto, possui uma característica interessante, foi feito pela 12 Inch Media. Foi difícil de trabalhar com esta empresa de Video & Motion Graphics? Como é que os descobriram? Planeiam voltar a trabalhar com eles novamente?

Devido à pandemia, foi impossível reunirmo-nos para um videoclipe convencional. Discutimos opções com a nossa editora, e sugeriram que os singles fossem lançados com vídeos com letras. A AFM Records estabeleceu contacto com eles, por isso não foi um problema para nós.


M.I. - “Lost in a Starless Aeon” foi o single seguinte. Porquê esta canção? Haverá outro single?

Nós lançamos “My Home, My Grave”, pouco antes do álbum ser lançado. Acho que todos os três singles foram bem recebidos pelos fãs, mas há muito mais a descobrir no álbum!


M.I. - 21 anos de existência e 6 discos. Alguma vez ambicionaram chegar aonde chegaram hoje? Achas que conseguiram tudo o que desejavam, em termos de música e coisas pessoais?

Na verdade, são sete discos agora! Eu entrei para a banda em 2011 e tenho escrito a música para os últimos quatro discos, por isso só posso falar da minha experiência pessoal, mas estou orgulhoso do que conquistamos, enquanto banda. É incrível levar esta música pelo mundo e ver o impacto que ela teve nas pessoas.


M.I. - O que é que achas de serem uma das bandas mais importantes de Melodic Death Metal, ao lado de Children Of Bodom, In Flames, Dark Tranquillity e Soilwork? Segues o trabalho deles? Qual é a tua opinião sobre eles? O género ainda é popular na Finlândia?

Acho que ainda somos uma banda meio underground, em comparação com as que mencionaste, mas sou um fã de todas elas. Acho que fazemos as coisas um bocado diferente, apesar de estarmos no mesmo género, a música é muito diferente. Eu tiro muita inspiração dessas bandas e é uma honra ser mencionado na mesma frase que eles.


M.I. - O que tens ouvido, durante esta pandemia?

Pessoalmente, tenho ouvido o novo álbum dos Protest the Hero, o novo álbum dos Dark Tranquility também é excelente. Ouço muita coisa não-Metal também, pois pode ficar um pouco aborrecido escrever tanto Metal, e ainda o ouvir no meu tempo de descanso também.


M.I. - Em 2017 e 2019, vocês tocaram no 70000 Tons Of Metal. Do que te lembras da experiência? Desejas voltar?

O cruzeiro é uma coisa fascinante (risos). É como nenhum outro festival e adorei fazer parte dele. Tocar no deck da piscina, às 4 da manhã nunca vou esquecer, isso de certeza. Adoraria tocar lá novamente. É uma pena que esta pandemia tenha assumido o controlo, pois sinto que havia uma boa hipótese de sermos convidados novamente após o lançamento deste álbum.


M.I. - Vocês acrescentaram novos músicos ao vivo e vocês disseram que se sentiam prontos para interpretar as novas músicas na próxima tournée europeia, em 2021. Porquê agora? De que tipo de músicos estavam à procura?

Acho que toda a gente espera tocar concertos novamente. Tem sido um ano louco e é complicado para todos na comunidade musical. Temos tipos incríveis que se estão a preparar para tocar ao vivo quando for a hora certa, e os concertos sejam permitidos novamente. Todos eles já tocaram com a banda antes, por isso são todos veteranos experientes.


M.I. - Obrigada mais uma vez por teres aceitado esta entrevista. O que gostarias de partilhar com os fãs?

Cheers! Gostaria de agradecer a todos que têm seguido a banda e apreciado a música. Estejam seguros e vivam um dia de cada vez!

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Entrevista por Raquel Miranda