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Entrevista aos Varg

Os Varg são oriundos da Alemanha e o seu nome, em sueco, significa “lobo”. O seu mais recente trabalho de originais, "Zeichen", foi lançado no dia 18 de setembro, pela Napalm Records.
Freki, vocalista, falou-nos sobre o novo álbum, Vikings, mitologia nórdica e até Deuses. Ouçam o álbum e preparem-se para uma batalha épica!

M.I. - Olá. Como estão? Antes de mais, parabéns pelo novo álbum que é espetacular.

Olá! Obrigado pelos elogios. Nós estamos bem. Estamos muito contentes com o novo álbum, mas sentimos muito a falta de tocar em concertos!


M.I. - O vosso nome significa “lobo” em sueco. As pessoas costumam confundir-vos com o Varg Vikernes?

Bem, alguns comentários aleatórios no YouTube dizem: “Oh! Eu estava à espera de ver o Varg Vikernes!”, mas felizmente são raras exceções.


M.I. - Vocês são conhecidos por terem enviado uma carta para um artista techno sueco desistir de usar o mesmo nome que vocês, em 2019. O que aconteceu?

Alguns fãs ficaram confusos com as datas de concertos ao vivo, lançadas pelo “falso” VARG e os álbuns de pré-venda, pela Amazon, pelo “falso” VARG, por exemplo. Como possuímos todos os direitos de “VARG” como marca registada e também garantimos que somos os únicos “VARG” na nossa editora e no nosso contrato, primeiro pedimos-lhe amigavelmente e depois forçamo-lo a mudar o nome dos seus projetos. Imagina que havia um artista Hip Hop, que se chamava a si mesmo “Metallica” e lançava álbuns com este nome, confundiria muitas pessoas, e o que fariam os verdadeiros “Metallica”? (risos)


M.I. - “Zeichen” foi lançado no dia 18 de setembro pela Napalm Records. Antes do nome para este álbum, tinham mais nomes ou este foi a primeira escolha?

Foi a primeira escolha e o nome perfeito para o álbum, na minha opinião.


M.I. - Com este álbum, vocês decidiram entrar na época Viking. Que factos novos vamos descobrir destes guerreiros, que não conhecíamos antes? Falarão de alguma figura histórica? Tiveram ajuda de algum historiador, para aprender sobre o hábito dos Vikings e por aí fora?

Bem, se sabes todas as histórias que contamos ou não, depende do quão profundo é o teu conhecimento Viking.  “Rán” da canção “Fara Til Ránar”, não é tão popular como Odin, Thor e Freya, por exemplo. O meu interesse na Mitologia Nórdica e no modo de vida Viking, começou há mais de 15 anos, dentro deste longo período, não arranhas apenas a superfície, mas aprofundas-te cada vez mais nesses temas e desenvolves os teus próprios pensamentos sobre como os Vikings se sentiam e o que eles poderiam ter sentido. As letras são com certeza, interessantes, para pessoas interessadas nestes temas nórdicos.


M.I. - Dez músicas espetaculares. Quão difícil foi escrevê-las, musical e liricamente falando? Quantas escreveste?

Muito obrigado. Liricamente, escrevi-as todas com a ajuda de Fylgja, em “Fara Til Ránar”. Musicalmente, apenas uma música foi escrita por mim, já que os nossos dois novos guitarristas são deuses nos seus instrumentos. Por isso, foquei-me no lado lírico e deixei-os fazer o trabalho principal das guitarras para “Zeichen”.


M.I. - Quando decidiram começar a trabalhar no novo álbum?

Por volta de 2018, andávamos em tournée e o nosso guitarrista Morkai tocou o riff acústico de introdução para a canção “Zeichen”, nos bastidores. Eu arrepiei-me imediatamente e perguntei-lhe: “Que canção é esta?”. Esse foi o primeiro riff escrito para o álbum.


M.I. - Quem é o responsável pelo som e pela capa do álbum? Foi difícil encontrar alguém com o mesmo interesse que tu?

O álbum foi gravado pelo nosso amigo de longa data e engenheiro, André Hofmann, nos Hofmann Studios, na Alemanha. O conceito da capa do álbum foi feito por mim, a runa de lobo foi desenhada para nós, pelo Roberto Toderico, que é o responsável por muitos dos designs das nossas t-shirts.


M.I. - Foi difícil juntar elementos modernos, vozes elevadas, melodia e dureza musical nesta época da História?

Não, adequa-se perfeitamente. A época Viking era dura e bruta como a nossa música, bem como os seus temas gloriosos e místicos, assim como as nossas melodias.


M.I. - Vocês decidiram lançar como primeiro single, a faixa autointitulada “Zeichen”, que significa em português: “Sinais”. De que sinais estamos a falar? Onde é que gravaram o vídeo?

Com “Zeichen”, referimo-nos às antigas runas que os Vikings usavam como alfabeto. O vídeo foi filmado em vários locais na Alemanha, incluindo antigos locais de rituais, que foram usados pelos celtas, por exemplo.


M.I. - “Auf die Götter”, tal como o anterior, foi rodado e dirigido pelo Oliver König. Como se conhecerem e quão fascinados se sentem pelo seu talento?

Nós estamos impressionados com o talento dele e como ele percebeu a nossa visão para o vídeo “Zeichen”. Ele tocou no nosso próprio “Wolfszeit Festival”, com a banda dele, os Firtan, no passado. Foi assim que nos conhecemos.


M.I. - Antes da Cristianização, a mitologia nórdica teve um impacto dominante na cultura Viking. Deuses como as Odin, Thor, Loki e Freya personificavam o centro da crença. Na tua opinião, quão importante eram eles? Existem mais deuses que achas que são tão importantes, quanto estes?

Os deuses da mitologia no Norte possuem diferentes personalidades e valores. Na época Viking, Thor era conhecido por ser amigo dos humanos. Por isso, acho que ele que deva ter sido o deus mais importante para as pessoas. Mas claro, isso depende dos teus próprios valores, pensamentos e vida, qual destes deuses antigos é o ponto central da tua crença.


M.I. - Irão lançar outro vídeo? Qual canção e porquê essa?

Acabamos de lançar um terceiro vídeo, chamado “Fara Til Ránar”. Devias dar uma vista de olhos!


M.I. - O vosso novo merchandising é bastante extraordinário.  Como é que escolheram a madeira para a box set e o seu design?

Muito obrigado! A madeira negra com a runa dourada de lobo é o design perfeito para a edição especial, na minha opinião. Combina glória, escuridão e força. Não necessitas de mais palavras, se as tuas palavras são poderosas – sabes?


M.I. - Nove álbuns, três EPs e uma demo. podemos dizer que este é o vosso melhor álbum?

Para mim, é sem dúvida o melhor álbum dos VARG até ao momento e é o nosso primeiro álbum sobre o nosso caminho Viking!


M.I. - Outubro será uma roda viva de tournées (principalmente na Alemanha). “Wolfsfest Tour” é o nome desta tournée e Wolfchant, Debauchery's Balgeroth e Finsterforst farão parte desta jornada. Que cidades visitarão? Achas que será estendida a mais países, fora da Alemanha?

Infelizmente, a tournée teve de ser adiada para 2021, por causa da pandemia do Covid-19. Vamos ver o que será possível para o próximo ano.


M.I. - Como se preparam para uma tournée? Têm um ritual?

VARG é uma alcateia muito forte e unida e temos os nossos próprios rituais, mas não falamos sobre eles.


M.I. - O festival de Metal pagão, Wolfszeit, é muito importante na Alemanha. Nomes como Korpiklaani e Batushka farão parte do mesmo. Irão adicionar mais nomes? Mais surpresas para os fãs?

Devido à pandemia do Covid-19, tivemos de substituir os Korpiklaani pelos Equilibrium e adicionamos os Belphegor para fechar o cartaz. Wolfszeit Festival 2020 foi o maior Metal Open Air deste ano. Estamos muito felizes por termos dado um sinal para o cenário de eventos ao vivo, de que é possível fazer eventos com regras rígidas e bom conceitos.


M.I. - Que bandas e cantores tens ouvido?

Neste momento, sou inspirado por bandas como Wardruna e Heilung.


M.I. - Obrigada por responderes às perguntas e espero ver-vos algum dia em Portugal. Algumas palavras finais para Portugal e os Metaleiros portugueses?

Obrigado a ti também. Metaleiros portugueses, fiquem a salvo, estejam saudáveis e ouçam o nosso novo álbum “Zeichen” agora mesmo!

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Entrevista por Raquel Miranda