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Entrevista aos Attick Demons

 

O crescimento foi lento e gradual, mas a última década de vida colocou Attick Demons como um dos melhores nomes de sempre no Heavy/Power Metal lusitano. A comprovar, o novo disco "Daytime Stories… Nightmare Tales", editado em finais de 2020 pela Rock of Angels Records. O vocalista Artur Almeida respondeu às questões da Metal Imperium, sobre este disco e a história recente do quinteto… ou será sexteto? 


M.I. - Como surge este título? 

Bom, o nome do álbum surge por se tratar de uma mistura de estórias do quotidiano com contos da nossa história, incluindo a temática do oculto. Apesar de elas não estarem interligadas, penso que o nome transcreve toda a essência do que lá está. 


M.I. - Qual o papel do Luís Figueira neste disco? Ele saiu, agora entrou… 

Apesar de o Luís ter saído no final de Agosto de 2019 (foi de férias), participou em toda a composição, tendo também escrito uma letra, «Renegade». Saiu na altura das gravações, daí não ser nada de novo para ele, ou para o resto da banda. O papel dele será continuar a fazer aquilo que sempre fez, que é compor e tocar guitarra. 


M.I. - Como vai ser com o Dário?

O Dário é o nosso guitarrista, e já o poderia ter o sido há mais tempo. Isto porque em 2016 quando o convidámos, estava ocupado com outros projetos, e sendo assim não se proporcionou ingressar em Attick Demons. Falámos com ele desta segunda vez e estava livre. O resto já todos sabem, ele é nosso guitarrista desde Outubro de 2019.


M.I. - Estarem numa editora grega, com papel mais forte no mercado norte-americano, fez com que mudassem algo na vossa perspetiva de composição? 

Quando surgiu a hipótese de assinarmos com a ROA, o álbum já estava gravado, por isso não foi um factor que tenha pesado na composição. 


M.I. - Como é que surge a Rock of Angels Records? Já havia, por eles, uma edição digital do "Let’s Raise Hell", certo? 

Não. Esta é a primeira vez que trabalhamos em conjunto. Há de facto a ideia de se revisitar os álbuns anteriores e em editar em vários formatos. 


M.I. - E como irá funcionar em termos de mercado nacional? Como é distribuir um disco destes por cá? Só nos concertos? 

Desta vez temos a sorte de ter a Compact a fazer a distribuição a nível nacional, o que nos permite chegar a mais pontos de venda e assim chegar a mais público. 


M.I. - O Hugo Andrade aparece aqui como vosso produtor, ao mesmo tempo que o vosso som se torna mais pesado. Coincidência? 

De facto, a escolha do produtor não foi inocente, pois já era a nossa vontade modernizar, ou atualizar a nossa sonoridade, mantendo, no entanto, a nossa identidade. 


M.I. - Vamos ter mais temas em português, ou "O Condestável" é caso único? 

Caso único não é. Isto porque no álbum Let´s Raise Hell a música com o mesmo nome, tem uma passagem em português, onde o nosso amigo Ricardo Pombo, de Cruz de Ferro, canta o refrão na nossa língua. No entanto esta ideia já nos acompanha há alguns anos. Desta vez decidimos fazer um tema na integra e até resultou muito bem. Se iremos fazer outro tema em português? Ainda não sabemos, só o tempo o dirá.


M.I. - Como vão ultrapassar isto de terem um novo disco e não poderem tocar? 

É muito frustrante sentir que temos um bom trabalho em mãos e não poder sair para o apresentar ao vivo. Temos que nos resignar e respeitar as diretrizes do governo na luta contra esta pandemia, porque o perigo é real. Mas não podemos baixar os braços. Temos que aproveitar as oportunidades que dai advêm e estamos já a compor o próximo álbum. 


M.I. - Sentiram a diferença, com o vosso concerto de apresentação? 

Sim, claro!!! É uma diferença descomunal. Basta não sentir o “calor humano”, a interação com o público, o facto de não poderes olhar nos olhos e ver as reações de quem vai aos nossos concertos para a nossa “pica” ser diferente. É estranho ver toda a gente sentada…, no entanto damos muito valor e agradecemos imenso a quem nos vai ver e tem a coragem de sair de casa nesta altura para apoiar as bandas e toda a estrutura envolvida, que engloba as próprias salas de música ao vivo e quem lá trabalha, técnicos de som e luz, fotógrafos, etc… que são as pessoas que mais têm tido dificuldades nesta altura, visto ser o seu único meio de subsistência.

Entrevista por Freebird