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Entrevista aos Rageful


São inegavelmente uma das bandas nacionais do momento. Os seus concertos são uma pura descarga de energia e o seu álbum, Ineptitude, tem ainda muito para dar. Trocamos dois dedos de conversa com os Rageful no sentido de ficarmos a conhecer um pouco mais esta banda que aposta no death metal old school. Novos trabalhos, concertos e o estado da música underground em Portugal foram alguns dos assuntos abordados.

M.I. – Boas. Muito obrigado por aceitarem fazer esta entrevista para a metal Imperium. Gostava que nos explicassem como nasceu este projeto e também quem são os Rageful?


Rageful é, então, um quinteto unido e coeso que faz um death metal old school muito enraizado nos bons anos 90, composto pelo Paulo Soares na bateria (fundador do anterior projecto WALL OF DEATH, que se transformou nos actuais RAGEFUL), projecto ao qual se havia juntado Cláudio Santos na guitarra, e que, após uma profunda restruturação contou com a entrada do João Arcanjo no Baixo, Leonardo Bertão na Voz e Ricardo Pato como parceiro do Cláudio nas guitarras.

 
M.I. – Esta é a primeira experiência musical para algum dos elementos, ou todos vocês já têm background noutras bandas?


À excepção do Leonardo e do Ricardo, os restantes já tiveram outras bandas com trabalhos lançados. De salientar, o nosso veterano guitarrista, Cláudio Shiver Santos, que passou por bandas de renome como Desire, Sannedrin, Fantasy Opus ou Theriomorphic. Ainda assim, o elevado nível de criatividade de todos os membros da banda manteve a experiência alinhada e o resultado de Ineptitude reflecte exactamente isso.


M.I. – Quando se ouve a vossa música percebe-se que ela tem alma, existe ali dedicação. Vocês estão apostados em não quererem ser apenas mais uma banda, correto?

Cremos que o que importa é olhar para o nosso trabalho com orgulho. A música que fazemos tem muita dedicação, em várias vertentes, desde a composição, letras, arranjos e estrutura. Dedicámos tempo a olhar para todos os detalhes. Agora, se somos mais uma banda como tantas outras ou não, isso é muito relativo e nem é sequer mensurável, pois não há forma justa de medir o “sucesso”. Uma coisa é certa, não temos intenções de inventar a roda, como se costuma dizer. O nosso percurso é vincado no Old School Death Metal e é isso que poderão continuar a esperar de nós.


M.I. – Apesar de o vosso álbum Ineptitude já ter 2 anos, acredito que só agora o puderam começar a divulgar devidamente?

De facto, o álbum Ineptitude só foi apresentado ao vivo no passado dia 7 de Novembro de 2021. Aconteceu no palco do RCA Club e foi, felizmente, o tão desejado regresso da Banda na sua plenitude. Correu muito bem e tivemos uma óptima receptividade e crítica muito positiva. A pandemia veio parar e atrasar tudo a toda a gente e nós não fomos excepção. Tomámos a decisão de lançar este trabalho de forma independente, o que teve os seus pontos positivos e negativos. Talvez a nossa música já tivesse chegado a mais pessoas neste tempo que passou, mas o caminho faz-se caminhando.


M.I. – E como está a correr? Está a corresponder às expetativas?

Escrevemos estas músicas para nós próprios, mas com grande surpresa nossa, houve muitas mais pessoas que gostaram do disco. A recetividade tem sido incrível, não só das opiniões que recebemos de totais desconhecidos, como ao vivo, onde apresentamos este álbum com um elevado nível de energia e raiva (da positiva).

 
M.I. – Quanto ao sucessor desse trabalho, já podem adiantar alguma coisa ou por enquanto estão apenas focados em Ineptitude?

Claro que continuamos a ensaiar as músicas de Ineptitude para mantermos a máquina bem oleada, no entanto esperamos ter novidades em breve. Não está ainda tomada a decisão de como vai ser o formato do próximo trabalho, sendo que para já estamos focados na composição de algumas novas músicas.


M.I. – Avizinham-se mais concertos?

Para já, o que podemos confirmar é a nossa presença no Oeste Underground na Malveira dia 5 de novembro 2022.


M.I. – Para finalizar, gostava de saber a vossa opinião sobre o estado atual da música em Portugal.

Na área do Metal, o cenário é o mesmo há muitos anos: está bom e recomenda-se. Há apenas uma coisa que notamos desde há muito tempo, que é haver imensas excelentes bandas, preparadas para tocar ao vivo, mas que não conseguem o seu lugar nos pequenos festivais.
Não há muito mais que possamos dizer pois tudo se baseia em gostos musicais.

 
M.I. – Muito obrigado pelo vosso tempo. Alguma mensagem para os nossos leitores?

Agradecemos a oportunidade desta entrevista e a mensagem que deixamos aos leitores da Metal Imperium é o habitual “continuem a apoiar as bandas pequenas, não só indo a concertos ao vivo como também comprando merchandise e CDs”. Aos leitores que também são músicos deixamos uma mensagem de força para continuarem a criar música principalmente para vocês próprios e não para o público. Por mais arrogante que possa soar, a frustração da quantidade de Gostos, Seguidores e Visualizações é meio caminho andado para o fracasso.

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Entrevista por António Rodrigues