Gates Of Hell - "Shadows Of The Dark Ages" Review

Os nacionais Gates Of Hell, com apenas dois anos de existência e duas demos lançadas, surpreendem ao lançar agora este excelente EP intitulado "Shadows Of The Dark Ages".
Surpreendem pela grande qualidade dos 5 temas nele contidos, pela potência destes e pela maturidade e nível de composição demonstradas pela banda, que é relativamente recente.
O Thrash/Death Metal furioso com elementos de Hardcore apresentado pelo grupo e executado com grande perícia, mostra que os Gates Of Hell poderão vir a ser uma grande revelação do Metal Nacional dos próximos tempos. Bastará para isso que o colectivo Portuense, quando lançar o seu primeiro álbum, componha 8 a 10 temas do mesmo nível destes 5 de "Shadows Of The Dark Ages".

Falando agora dos temas presentes neste trabalho, "Breaking The World" inicia o EP em grande força, é uma música potentíssima e rápida, com óptimos solos de guitarra logo no início (e também no fim), riffs dinâmicos e um refrão forte. Neste tema dá ainda para perceber duas bandas que serão certamente referências para os Gates Of Hell: os Norte Americanos Slayer e os Nacionais Switchtense (o que se percebe não só neste tema como também no resto do EP). "Whoremageddon" mantém o poder e o nível elevado, sendo o tema mais groovy do EP, com guitarras que lembram um pouco Lamb Of God. De referir a presença do convidado Miguel Inglês dos Equaleft, que dá um bom contributo neste faixa.
"Hypocrisy"é outro dos destaques deste registo, sendo outra música sempre-a-abrir, e é aqui que se começam a perceber as influências de um Death Metal mais melódico, fazendo lembrar um pouco Arch Enemy nas guitarras. Zé surpreende no refrão com uma voz ligeiramente mais melódica do que a berrada (esta última ora mais grave, ora mais aguda) que temos oportunidade de ouvir durante o resto de "Shadows Of The Dark Ages". À terceira música já conseguimos perceber o óptimo trabalho de guitarras e a frenética secção rítmica, o que continuará nas duas músicas restantes. "Blindness Of Religion" tem o atractivo de ter a convidada Evy Fernandes a cantar no refrão juntamente com Zé a berrar o mesmo, o que resultou muito bem. "Dead Roses" surpreende quando no final rápido e Thrashy, termina com um minuto com breakdowns, acompanhados de Pig Squeals e hardcore gang vocals!

Os Gates Of Hell souberam misturar as suas influências musicais de modo a criarem a sua sonoridade, sem nunca soarem colados a nenhuma banda, nem sub-género, criando um EP com músicas variadas, dinâmicas e fortes. Vamos continuar a acompanhar o seu percurso esperando que a banda reafirme a sua qualidade ou mesmo supere o que foi feito, formando um longa duração o que os poderá levar a ser um dos nomes fortes do nosso Metal.
Por enquanto o que podemos fazer é desfrutar deste excelente EP.

Nota: 8.2/10