Varg - "Wolfskult" Review

Após a introdução semi-cinematográfica, semi-orquestral de “Jagd”, explode a mesma melodia final, devidamente traduzida para guitarra, no riff principal e orelhudo de “Wir Sind Die Wölfe”, uma grande malha que resulta como apresentação para todos os que não conheciam, como era o meu caso, os Varg, oriundos da Alemanha – apesar de Varg ser um termo que significa lobo quer em sueco como em norueguês – e portadores de metal pagão de qualidade. Pelo menos é a impressão que fica após a primeira audição de “Wolfskult”, o problema é que não há um crescimento do álbum dentro do ouvinte nas seguintes audições. Um bom exemplo é a já citada “Wir Sind Die Wölfe”, que é realmente uma grande malha, mas conforme o álbum se desenrola, não há momentos que consigam ultrapassar a música em questão ao longo do trabalho. Não quero dizer com isto que as faixas que se seguem são uma completa miséria porque não são. De todo. Desde a forte “Schwertzeit” até à igualmente forte “Glutsturm” que encerra o álbum, passando pela melodia marcante da “Glorreiche Tage” e da “Phönix” (não vou fazer nenhuma piada acerca deste título) que acabam por ser outros pontos altos do álbum, há argumentos com peso suficiente para fazer abanar a cabeça a muitos fãs da música pesada. O que estamos aqui a discutir é mesmo a diferença entre um bom álbum e um grande álbum e efectivamente, parece faltar algum gás a “Wolfskut” para chegar a essa posição.
De qualquer forma o metal pagão materializa as suas tendências folk apoiando-se sobretudo nos instrumentos tradicionais do rock – voz, guitarra, baixo e viola acústico (muito ocasionalmente) – sem a já característica festividade inerente ao termo folk metal, ou seja, não são previsíveis e não seguem a maré, vincando, de certa forma, a sua identidade. Se essa identidade for reforçada, provavelmente no quarto álbum o resultado será mesmo um grande trabalho e não apenas um bom trabalho.

Nota: 7.1/10