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Obscura - "Omnivium" Review

Quando em 2009 lançaram o álbum “Cosmogenesis”, os alemães Obscura saberiam que iria ser complicado gravar um álbum onde pudesse igualar esse registo. A mistura de death metal tradicionalmente centro-europeu (mais “acessível” quando comparado com outras regiões do globo, como os Estados Unidos, a América do Sul e a Austrália) e o tecnicismo dos seus músicos garantiram-lhe um “levantar de olho” (bom, vendo bem as coisas, acho que foram mesmo os dois olhos!) dos apreciadores do estilo espalhados pelo mundo. Em “Cosmogenesis”, a mistura entre o death metal, rápido e incisivo misturado com uma melodia técnica que estão ao alcance de poucos garantiu aos Obscura um lugar entre as bandas que trazem algo de novo a um estilo já um pouco saturado e de (muito) vez em quando aparecem bandas capazes de nos surpreender.

Se era difícil igualar esse disco, essa tarefa foi mais que cumprida neste “Omnivium” sendo mesmo suplantada. Todos os elementos do anterior disco estão lá, mas desta vez elevados a um patamar superior, onde tudo o que se apresentava rápido e técnico está mais rápido e técnico. São nove musicas (mais uma “cover” dos Cacophony), onde os Obscura provam uma vez mais que a sua ambição não tem limites, deixando em suspenso o ouvinte o que vem a seguir, tal a variedade da música presente neste novo disco.

O início acústico - “Septuagint” – serve como preparação para o campo de batalha para o que aí vem a seguir. O que vem a seguir é uma mistura entre um ataque brutal e cerrado de tanques Panzer – “Vortex Omnivium”, “Euclidean Elements”, “A Transcendental Serenade” – e ataques de artilharia armada até aos dentes – “Ocean Gateways”, “Prismal Dawn”, “Celestial Spheres”. As surpresas são mais que muitas, pois por entre os ritmos mais tradicionais do “Technical Death Metal”, existe aqui diversos apontamentos “jazzísticos”, passagens calmas e melódicas “qb”, dando uma mostra das diversas influências presentes neste álbum, bem como dos diferentes “background” de cada um dos músicos. Mas é de tal forma genial que mesmo por entre estes ataques cerrados, existem partes onde se dá descanso à batalha, permitindo respirar por entre a barreira cerrada de pó e destruição.

Superiormente escrito e interpretado, com uma produção onde tudo é claro e bem à frente (cortesia de V. Santura, guitarrista dos Dark Fortress / Triptykon juntamente com a banda), este disco é um sério candidato a disco do ano da especialidade, tal a força com que nos agarra desde o início e com a ambição que lhe é inteiramente merecida. A formação mantém-se estável do anterior registo, liderada pelo guitarrista / vocalista Steffen Kummerer, acompanhado pelo guitarrista Christian Müenzner (Necrophagist, Spawn Of Possession), o baixista / prodígio Jeroen Paul Thesseling (Pestilence) e o superior baterista Hannes Grossmann (Necrophagist, Blotted Science).

Este álbum mostra que da Alemanha não saem apenas bandas de “Speed Metal” e “Teutonic Thrash Metal”, sendo o nome Obscura um entre as bandas que ainda vão dar muito que falar no futuro. E acreditem, isso irá acontecer.

Nota:
9.0/10

"Omnivium" track list:

1.Septuagint
2.Vortex Omnivium
3.Ocean Gateways
4.Euclidean Elements
5.Prismal Dawn
6.Celestial Spheres
7.Velocity
8.A Transcendental Serenade
9.Aevum
10.Concerto


Review por João Nascimento