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Suicide Silence - "The Black Crown" Review

Deathcore. Mistura da brutalidade do death metal com os “breakdowns” do hardcore. Tão simples como isso. Desde o seu início que este estilo foi criticado pelos puristas, pois as bandas que o praticavam / praticam eram / são rotuladas como sendo vendidas ou não-verdadeiras, que procuravam a fama e lucro rápido e facilmente. Pesquisando um pouco melhor e mais fundo do que esses chamados puristas, podemos encontrar algumas bandas mais antigas que já praticavam o que se podia chamar de pré-deathcore, tais como os Dying Fetus ou os Abcess, por isso essas críticas eram um pouco exageradas e desconexas. Num curto espaço de tempo surgiram diversas bandas, maioritariamente Norte Americanas, causando um “boom” na proliferação do estilo. Whitechapel, Job for a Cowboy, Despised Icon, The Black Dahlia Murder e estes Suicide Silence. No entanto, com o passar dos tempos, este estilo começou a ser mais aceite junto da comunidade do metal, muito embora pese algum distanciamento por parte das bandas da componente hardcore e incrementando / alterando o death metal para outros ritmos mais acessíveis, tais como o death melódico ou o thrash metal.

Formados na Califórnia em 2002, os Suicide Silence cedo se destacaram no panorama metálico, graças a um excelente disco de estreia, “The Cleansing” em 2007 e à quantidade de concertos anuais dados pela banda. Alias, a explosividade das suas actuações era de tal forma enorme que a banda participou em diversas “tours” itenerantes tais como os “Mayhem Festival” e “Music as a Weapon” e se dermos uma volta pela internet pela procura de vídeos de concertos da banda podemos constatar a força e poderio da mesma ao vivo.

Em 2011, a banda lança o seu terceiro disco de originais, “The Black Crown”, sucessor do muito bom “No Time to Bleed” de 2009. O que encontramos aqui são uns Suicide Silence mais brutais e violentos, elevando ainda mais a fasquia da componente death metal do seu som global. No entanto não se trata de brutalidade gratuita, pois a musica que os Suicide Silence compõem e interpretam é de qualidade, fazendo que esta seja a banda “a bater” no que ao deathcore diz respeito.

Apoiados num complexo jogo de ritmos, ora mais lentos e pesados como chumbo, e ritmos mais rápidos e ritmos muito rápidos, este “The Black Crown” é um conjunto de onze temas muito variados e dinâmicos, sendo que é uma continuação do disco de 2009. Mas não esperem nada de muito diferente ou fora do “modos-operandi” deste quinteto. Os Suicide Silence limitam-se a construir um novo disco mais “in your face” que os anteriores, onde as constantes mudanças de ritmos nunca aborrecem e tornam o resultado final suficientemente interessante.

“Human Violence”, “Cross-Eyed Catastrophe” e “Smashed” com a participação do monstro Frank Mullen dos Suffocation são talvez as melhores malhas do disco. Outra das participações neste disco é de Jonathan Davis do Korn no tema “Witness The Addiction”. O engraçado é que se não soubéssemos qual a banda que estaria a tocar, iríamos jurar que eram os Korn, tal a semelhança com os temas desta mesma banda.

Num total de quase quarenta minutos de música, os Suicide Silence mostram ao mundo a sua nova criação. A minha opinião sincera? É um bom disco? Sim, mas não fica colado à mente, os temas saem com a mesma velocidade que entram no córtex cerebral. Tem boas malhas? Sim, mas não são assim tão boas, já ouvimos melhores (deles mesmos e de outras bandas). É inovativo? Não, é um pouco mais que banal. É apenas mais um disco de deathcore. Mas é bem executado e de certeza que fará com que a banda continue a dar concertos poderosos e a pregar a sua mensagem.

Nota: 7.6/10
“The Black Crown” track list:

01. Slaves To Substance

02. O.C.D

03. Human Violence

04. You Only Live Once

05. Fuck Everything

06. March To The Black Crown
07. Witness The Addiction

08. Cross-Eyed Catastrophe

09. Smashed

10. The Only Thing That Sets Us Apart

11. Cancerous Skies




Review por João Nascimento