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My Dying Bride – "Evinta" Review

Comemorar vinte anos de carreira não é para todos, anda para mais quando se fala dos ingleses My Dying Bride, cujo contributo para a cena metaleira mundial, foi por demais marcante, principalmente nos anos 90, quando juntamente com os seus conterrâneos Paradise Lost e Anathema, protagonizaram a santíssima trindade do doom metal de contornos góticos. Como tal, e de modo a evitar as normais colectâneas, ou discos ao vivo, a banda de Hallifax, enveredou por um projecto tão ambicioso quanto único, de forma a marcar a data.

Evinta é acima de tudo, uma experiência. Não é o novo álbum de originais da banda, ou um sinal de um novo rumo, mas sim, um sonho tornado realidade, uma ideia que começou a ser desenhada por volta da era Like Gods of the Sun, e que só agora a banda decidiu que era altura de ser dada a conhecer ao mundo.

Posto isto, afinal o que traz de diferente o material contido nestes dois discos (ou três para os sortudos que apanharam a edição especial)? Basicamente, a banda põe de lado guitarras, baixo, bateria, e embarca numa autêntica sinfonia, que revisita temas que marcaram o legado My Dying Bride, recorrendo a orquestrações compostas com a ajuda de Johnny Maudling (dos Bal Sagoth). Juntamente com a cantora soprano convidada Lucie Roche, Aaron Stainthorpe transporta-nos numa viagem, ora cantando, ora narrando, que começa em As the Flowers Withers e acaba em For Lies I sire.


Embora não haja qualquer resquício de metal em Evinta, é impossível não distinguir a marca de My Dying Bride nestas melodias negras, tristes, e até mesmo sinistras. Um simples piano a evocar o tema de Your River é suficiente para recriar aquele momento tão arrepiante quando ouvimos o original pela primeira vez.
No fundo, Evinta é como reviver o historial da banda, através de novas letras e novos arranjos. Toda uma outra perspectiva de temas que marcaram de forma significativa muitos fãs da banda ao longo destes vinte anos, mas que não passa de um exercício ocasional. Em algum momento estas “novas” músicas irão substituir os seus originais ao vivo, podem ficar descansados.

Porventura, haverá uma ou outra ideia que não fará jus ao original, ou talvez o disco seja longo de mais, e não flua tão bem para muitos, mas vale a pena ouvir Evinta, nem que seja com o intuito de tentar identificar as melodias aqui contidas.


Nota:
8.9/10

"Evinta" track list:

Disco 1


1. In Your Dark Pavilion

2. You Are Not the One Who Loves Me

3. Of Lilies Bent with Tears

4. The Distance, Busy with Shadows

5. Of Sorry Eyes in March

Disco 2

1. Vanité Triomphante
2. That Dress and Summer Skin
3. And Then You Go

4. A Hand of Awful Rewards


Disco 3


1. The Music of Flesh

2. Seven Times She Wept

3. The Burning Coast of Regnum Italicum

4. She Heard My Body Dying

5. And All Their Joy Was Drowned



Review por António Antunes