No dia 9 de Dezembro, na Colectividade Penicheiros, no Barreiro, decorreu a Hunt For Blood Night, noite de apresentação do EP dos Hang the Traitor, intitulado precisamente Hunt For Blood. De referir que esta colectividade não costuma receber concertos deste género musical, o que é pena, porque é um espaço agradável e com condições para tal.
A primeira banda a actuar foram os Aernus, banda de death metal progressivo da Moita e mostraram ser um projecto com potencial, mostraram bons pormenores e boa técnica. Falta-lhes ainda alguma presença em palco, mas não é nada que não se resolva com o tempo e com mais rodagem.
Os Hang the Traitor tiveram mais tempo para tocar do que na última vez em que tivemos oportunidade de assistir a um concerto dos mesmos, o que era natural, pois este foi o concerto de apresentação do EP de estreia do grupo e uma noite especial, como o frontman do grupo fez questão de salientar. Com mais minutos de actuação, a banda pôde mostrar melhor toda o seu death/thrash veloz e poderoso, com uma actuação enérgica. Temas como "Rotten" e "Destroi" não podiam faltar e a devastação não foi maior porque o público não compareceu em grande número, como seria de esperar, estando a banda a jogar em casa e tendo uma banda como W.A.K.O. no cartaz.
Por último actuaram os W.A.K.O., banda sobejamente conhecida e aclamada pela crítica e público nacional, que por isso prometia levar muita gente ao Barreiro e que provavelmente tal não aconteceu por alguns factores, como o facto de haverem outros concertos e festivais no mesmo dia, que já estavam marcados há muito mais tempo do que este espectáculo. Este evento foi tornado público apenas uma semana antes da data, o que não deu tempo do mesmo ter suficiente promoção. Apesar do pouco público os W.A.K.O. deram tudo e proporcionaram aos presentes um óptimo mas curto concerto, que era para ter sido muito mais longo, mas teve de acabar devido à intervenção das forças policiais, que obrigaram a banda a parar de tocar pelas 2:00 da manhã. A setlist dos W.A.K.O. era para ter sido muito mais alargada e o concerto terminou quando a actuação e interacção do público vinha em crescendo, numa altura em que pareciam estar reúnidas todas as condições para um concerto memorável. Assim sendo os We Are Killing Ourselves tocaram só 5 temas: "The Shape Of Perfection", "Ship Of Fools", "Dissonant Dark Dance" e "Extispicium", do mais recente álbum "The Road Of Awareness" e apenas "Eternal Spiral" do anterior "Deconstructive Essence".Este foi um evento que não correu da melhor forma - marcado negativamente pelo episódio descrito acima - mas muitas outras oportunidades haverão de ver estas três bandas actuar futuramente. Esperamos também que aproveitem os Penicheiros para futuros concertos, porque é um espaço amplo, com boas condições e bom som.
Texto por Mário Rodrigues
Fotografia por Diana Fernandes
