Os Trigger Made Solution são um promissor quinteto nacional oriundo de Ponta Delgada, Açores. Esta demo de três temas que o grupo disponibilizou para download gratuito demonstra que não é só em Portugal continental que há talento no que diz respeito ao thrash e death mais contemporâneo. Se por cá temos WAKO, Switchtense, Seven Stitches, Echidna, Mindlock, Revolution Within, entre outros, nos Açores está a despontar um novo nome, precisamente os Trigger Made Solution. Bom, também é verdade que nos Açores também existem os veteranos Morbid Death, que apresentaram recentemente um EP de sete temas que também foi alvo de review na Metal Imperium e que está na mesma linha musical.Os temas de "Bound at Birth" mostram uma banda com desenvoltura a nível técnico e com uma boa capacidade de composição, provavelmente resultado dos seus membros já terem experiência de outros projectos dos Açores a saber: Hangover/Tolerance 0, Hatin’ Wheeler, Oppressive e Spinal Trip. Talvez ainda soem um pouco em demasia à sua principal influência, os norte-americanos Lamb of God, mas nada que belisque a qualidade musical apresentada pelo projecto. O som da banda é poderoso e varia entre ritmos mais rápidos e outros mais meio tempo e groovy. Há uma preocupação da banda com os refrões, o que torna os temas mais memorizáveis, o que é notório nos leads melódicos na primeira faixa e principalmente na parte cantada da terceira, contrastando com os habituais growls do vocalista. A vocalização semi-melódica presente no refrão da terceira música e no final da primeira, pode ser ainda mais explorada futuramente, assim como a vertente mais técnica da banda, como factor de diferenciação em relação a outros projectos semelhantes.
Com um acréscimo de uma identidade mais própria, talvez construida através de novas influências e ideias na sua sonoridade e a continuação do bom nível de composição demonstrado neste EP curto de 3 temas, num álbum em formato longa duração, os Trigger Made Solution poderão ser um nome a dar que falar no futuro.
Nota: 7.7/10
Review por Mário Rodrigues
