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Dying Fetus - "Reign Supreme" Review



No universo do metal, é mais que sabido que o maior power trio são os Motorhead. No entanto, quando saltamos para o segundo posto, os Dying Fetus são aqueles que melhor traduzem o que uma banda com poucos membros consegue fazer. E isso, no campo do death metal é uma proeza, pois a barragem de som é tão poderosa e intensa que chega a ser difícil acreditar que estamos a falar de bandas com apenas três membros.

Estatísticas à parte, este parece ser definitivamente o ano para os Dying Fetus. Este sétimo disco da banda de Maryland é mais uma descarga de brutalidade já muito característica do que lançaram no passado, mas que neste “Reign Supreme” parece ter crescido mais uns pontos no que toca ao seu poder de fogo. Como uma unidade muito bem oleada, John Gallagher, Sean Beasley e Trey Williams apresentam aqui nove temas de death metal muito eficaz e furioso, onde os fillers não entram. Logo que se inicia o disco com “Invert the Idols” sabemos o que vamos ter: ritmos insanos, breaks brutais e velocidade. Se já sabíamos que a dupla Gallagher e Beasley é extremamente eficaz, debitando riffs insanos, é neste disco que o baterista Trey Williams demonstra ser a pessoa mais indicada para um posto muito importante no som e identidade dos Dying Fetus. É, a seguir a Eric Sayenga, o baterista mais eficaz da história da banda e em “Reign Supreme” mostra toda a sua classe e técnica.

Ao ouvirmos um disco dos Dying Fetus já sabemos o que vamos encontrar. Na verdade, apesar dos dois últimos discos, “War at Attrition” e “Descend into Depravity”, apesar de serem muito bons, nunca conseguiram elevar esta banda ao nível das bandas de top do death metal mundial. No entanto, e construindo um disco que funciona como uma única unidade em vez de cada tema ter a sua identidade, os Dying Fetus conseguiram criar um disco muito ao nível do fizeram no final da primeira metade da sua carreira, onde discos como “Killing on Adrenaline” e “Stop at Nothing” se tornaram referenciais. E este “Reign Supreme” caminha para ser um clássico da banda.

Assentando quase sempre numa base de velocidade, os Dying Fetus colocaram um pouco de lado o lado groove que imprimiam nos seus dois últimos discos e dedicaram-se a construir temas capazes de nos fazer arrancar a cabeça. É humanamente impossível ficarmos indiferentes à selvajaria rítmica de “Subjected to a Beating”, “Dissidence” ou mesmo “The Blood of Power”.

“Reign Supreme” é mais uma lição de como se faz death metal americano: brutal, veloz e eficaz. Aqui não há floreados ou melodias para criar ambiente. É pancada atrás de pancada. Está na altura dos Dying Fetus passarem para a primeira divisão do death metal mundial. É mais que merecido e justo.


Nota: 8.7 / 10

Review por João Nascimento