About Me

Ihsahn - "Eremita" Review

Após a sua saída da banda norueguesa Emperor, Ihsahn dedicou-se a uma carreira solo onde tem vindo a desenvolver uma sonoridade que já vinha sendo anunciada no álbum da banda “Prometheus: The Discipline of Fire and Demise”.

Três álbuns mais tarde, chega-nos o quarto registo solo da carreira do músico norueguês. “Eremita” traz também novas nuances à sonoridade sui generis de Ihsahn, contudo mantendo os traços característicos a que já nos habituamos.

O álbum arranca com “Arrival” uma faixa onde o músico norueguês mostra um contraste sonoro de texturas, mas também de estados de alma, de fúria a serenidade e é com grande agrado que são visíveis mais vocalizações limpas, factor que predomina neste registo, o que permite um agradável contraste com a voz característica de Ihsahn. No clímax deste tema temos solos perfeitamente executados e extremamente viciantes saídos da guitarra de oito cordas do músico.

Depois da caótica “Paranoid”, chega-nos um dos temas mais interessantes deste registo. Com participação de Devin Townsend na voz, “Introspective” é como o nome indica um tema com um teor mais introspectivo onde o contributo do “Hevy Devy” encaixa bastante bem, com os seus vocais característicos.

De seguida chega-nos um dos temas mais fortes deste registo. Com colaboração do ex-Nevermore Jeff Loomis, “The Eagle and The Snake” é um tema fortíssimo e arrebatador que deixa o ouvinte extasiado, seja pelo trabalho de guitarra exímio de Ihsahn e Loomis quer pelos toques subtis do saxofone que dão uma aura macabra mas bem diluída nesta faixa.

O álbum continua como um exemplo de perfeição onde o músico consegue conjugar diferentes emoções e onde conjuga também agressividade e melodia de forma irrepreensível.

Um dos pontos controversos deste “Eremita” é sem dúvida uma maior profusão de vocalizações limpas, o que para alguns poderá ser incómodo, aqui acaba por dar um outro brilho às composições de Ihsahn.

Quase no fim deste registo chega-nos mais um tema que se assume também como uma das mais-valias deste disco. “The Grave” é um tema que remete com nostalgia para a sonoridade de “After”, embora sem destoar. Digno de nota é também o trabalho de saxofone nesta malha, com uma sonoridade quase hipnótica, cortesia de Jorgen Munkeby dos conterrâneos de Ihsahn, Shining.

Por fim a fechar o álbum, surge uma agradável surpresa, “Recollection” um tema mais suave mais de grande beleza sonora encerra este registo com chave de ouro pondo em evidência as excelentes habilidades de composição de Ihsahn.

Assim, como uma longa canção de amor e de ódio, este registo convida-nos a deambular por momentos nas malhas do solipsismo e a tornarmo-nos eremitas.


Nota: 8.3/10

Review por Ruben Mineiro