About Me

Amberian Dawn - "Circus Black" Review

Depois de três álbuns de estúdio que voltam a trazer para o panorama do metal o tão já conhecido power e sinfónico, eis que a banda oriunda da Finlândia, Amberian Dawn, nos traz um novo trabalho, nomeadamente “Circus Black “. Apesar de não serem de todo a primeira banda de que alguém se lembra quando se pensa em power e em sinfónico, os finlandeses não deixam de mostrar potencial e competência quando se trata de fazer música. “Circus Black“ não foge a tal constatação, pelo menos.

O primeiro tema que é, por acaso, aquele que dá o nome ao álbum, inicia aquela que será uma jornada etérea e cativante. Face aos teclados atmosféricos e ao som de uma guitarra cortante que depois termina para dar lugar a uma mistura entusiasmante de power com sinfónico, o ouvinte não fica indiferente, sendo transportado para um ambiente de riffs viciantes que dão vontade de “abanar o capacete“. De seguida, ouve-se a voz da soprano Heidi que, embora nada deva a cantoras próprias do estilo, também nada lhes acrescenta, havendo uma perda na capacidade de atenção do ouvinte devido a um registo que nada tem de variável.

Com “Cold Kiss“, a faixa que se segue, abrandamos um pouco. Há nesta um contraste entre o vocal masculino de Tomi Kotipelto, tipicamente de power metal, e o vocal feminino. É um contraste de vozes que funciona bem, pois graças a este somos envolvidos por uma oscilação de tons: ora mais graves, ora mais agudos, ora mais contidos, ora mais intensos.
Os 7 temas que se sucedem a “Cold Kiss“ nada têm a acrescentar à sonoridade do álbum.

Um certo estilo teatral está associado a “Circus Black“, como se conseguíssemos imaginar cada parte do tema num palco da nossa imaginação e a banda, os meros personagens de cada história que estão a narrar.

Os solos deste trabalho são, sem dúvida, o clímax de cada tema: a sua intensidade, sempre carregada de alma, concretiza a ideia de faixas etéreas e profundas. Mas tal não é suficiente para captar a total atenção do ouvinte, pois uma sonoridade frágil do ponto de vista da falta de inovação desafia a mesma.

O tema que talvez desculpe um pouco esta situação e por isso não constava da lista anterior é “Rivarly Between Good and Evil“ que, apesar de ser um tema meramente instrumental, consegue voltar a captar a atenção do ouvinte, embora não por muito tempo, face aos temas seguintes, devido a riffs melódicos que se vão tornando cada vez mais fortes e nos fazem voltar a sentir um conjunto de emoções que só nos fazem querer ser “headbangers“ novamente.

Em suma, e não só tendo em conta este mais recente trabalho da banda, bem como os trabalhos anteriores, friso que Amberian Dawn nada tem a temer quando comparada com bandas do mesmo estilo. Contudo, e como muitas das comparações são, muitas vezes, inevitáveis, também devo frisar que “Circus Black“ senão desilude, também não marca diferença e inovação em termos do percurso que a banda tem tomado até agora, tornando-se mesmo um som previsível. Porém, algo é certo: os riffs da guitarra são, sem dúvida, o que nos leva ao transcendental neste álbum, pois sentimo-los em nós.


Nota: 7.3/10

Review por Daniela Abreu Freitas