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Carach Angren - "Where the Corpses Sink Forever" Review

Chega agora às lojas o terceiro disco de longa duração dos holandeses Carach Angren, trio composto por Seregor (guitarras, voz), Adrek (voz, teclados e orquestrações) e Namtar (bateria), que serão porventura uma das bandas mais interessantes a surgir do Black Metal Sinfónico. Where the Corpses Sink Forever é já o seu terceiro disco, que se segue após o interessante Death Came Through A Phantom Ship de 2010.

Não deixa de ser curioso que mesmo com o cada vez maior decréscimo de credibilidade deste estilo, a banda apresente uma aceitação dentro da comunidade metaleira bastante interessante, ainda para mais quando os principais argumentos do trio, são provavelmente os mesmos, que fizeram as pessoas franzir o sobrolho a discos como Death Cult Armageddon, ou Damnation and a Day.

Musicalmente temos aquilo que os Carach Angren nos serviram nas propostas anteriores, ou seja, black metal com várias mudanças de andamentos, e um autêntico chorrilho de elementos sinfónicos, que por vezes chega mesmo a dar a ideia de estarmos na presença de uma orquestra a sério. É indiscutível a influência de Dimmu Borgir ou até mesmo Emperor, mas os Carach Angren conseguem ao mesmo tempo cimentar uma personalidade bastante forte, que já lhes permite sobressair um pouco da concorrência, algo diga-se de passagem difícil, tendo em conta o subgénero em questão. Destaque para o monstruoso The Funerary Dirge Of a Violinist, que tal como o nome indica, se trata de uma peça mais lúgubre, com uma passagem de violino capaz de arrepiar.

Mas não se pode falar de Carach Angren sem falar dos seus conteúdos líricos de deixar os pelos em pé. Desta vez o cenário não mete barcos fantasmagóricos, mas sim uma execução de 7 soldados em pleno regime Nazi, que corre mal. Seregor, principal liricista cria um conceito em que cada música conta uma história relativa a cada um desses soldados, exceptuando a introdução, e o tema final, que serve como apanhado geral. Como tal esperem umas linhas vocais debitadas de forma bastante intensa pelos vocalistas que convém dizer, têm uma enorme tendência para dramatismos um tanto ou quanto exacerbados, como por exemplo o final de levar às lágrimas (se for para rir ou para chorar fica ao vosso critério) de These Fields Are Lurking.

Em jeito de conclusão, Where the Corpses Sink Forever é um bom disco de Black Metal sinfónico. Não é propriamente uma proposta especialmente inovadora ou refrescante, mas é de qualidade. Nestes casos se a fórmula parece resultar e bem, para quê estar e inventar?

Nota: 8.2/10

Review por António Salazar Antunes