Para os mais despercebidos, os Deiphago são um colectivo oriundo das Filipinas, com uma sonoridade que se assemelha em grande parte aos brasileiros Sarcófago. Contudo, longe de serem um mero clone, este trio demoníaco pega onde os brasileiros pararam e continua a criar um caminho de destruição sonora a cada álbum lançado.
"Satan, Alpha, Omega", é já o terceiro registo dos Deiphago e se há uma certeza quando começamos a ouvir os primeiros segundos de "Human Race Absolute End," é a de que estes músicos vão dar-nos um álbum onde se destila ódio e raiva em cada riff dado e em cada verso "urrado".
Ao longo do álbum, a dinâmica nunca abranda, pois temos sempre riffs bastante orelhudos, embora algo abafados, rodeados por uma bateria caótica e uma voz não menos demoníaca. Os solos de guitarra, apesar de não muito proeminentes devido à produção, estão lá e até mostram bastante potencial, sendo bastante incisivos como se pode comprovar, por exemplo, na faixa "Plague And Satan Triumphant".
A problemática que surge ao ouvir este álbum, é que dele temos pouco para esperar, pelo menos a nível de harmonia e melodia, pois estes filipinos encerram-se a si próprios num vácuo, onde o som deles só simboliza uma espécie de caos e vandalismo sonoro que os reduz e limita de certa forma, impedindo-os de dar e de mostrar mais. Contudo, é digna de nota atmosfera nihilista que o trio consegue recriar ao longo do álbum o que irá de certa forma ser um factor aliciante para quem gosta dessa nuance na música extrema.
Em suma, este é um disco que apesar de estar longe de ser mau, não é propriamente um álbum para se ouvir em qualquer ocasião, pelo contrário, este é um registo que exige que estejamos com a mesma raiva e o mesmo apetite por destruição que os Deiphago aqui encarnam de Alpha a Omega, ou seja, do princípio ao fim.
Nota: 7.5/10
Review por Ruben Mineiro
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