Rute Fevereiro é um dos mais antigos e conhecidos nomes femininos do metal nacional, principalmente devido à sua participação na sua banda de sempre, as Black Widows, banda com a tradição de ser desde o início formada exclusivamente por mulheres.
Após vários anos no underground nacional, Rute tem agora a oportunidade de mostrar o seu talento a um público mais vasto, mesmo a nível internacional, isto devido ao contrato que os Enchantya assinaram com a veterana editora germânica, Massacre Records. Esperemos que a banda atinja o reconhecimento que demonstra merecer por este óptimo "Dark Rising", um álbum muito acima da média no campo em que os Enchantya se movem.
De facto os últimos anos não têm sido muito férteis em termos de qualidade para o female fronted metal, com muitas propostas que procuram mais o sucesso imediato, com uma sonoridade mais comercial do que o desejável. Os Enchantya vêm fugir à regra com um som menos polido e mais poderoso do que o habitual, o que não faltam são riffs pesados e growls por parte de Rute Fevereiro, o que demonstra que a banda está a fazer aquilo que gosta e não anda à procura de sucesso fácil.
Durante a audição do álbum notam-se semelhanças a Epica, assim como a Within Temptation e Nightwish antigos, o que é normal, porque estes são três referências incontornáveis do metal cantado no feminino e que ditaram as regras, mas os Enchantya mostram aqui uma personalidade própria mais do que suficiente para não serem considerados cópias destas bandas. Rute Fevereiro tem uma bela e distinta voz e os restantes músicos de Enchantya, apesar de não fugirem muito ao que é habitual no metal gótico e sinfónico, também marcam a diferença serem muito bons executantes.
Apesar de todas as músicas deste álbum serem boas e terem algo a acrescentar ao mesmo, destacam-se a catchy "No Stars in the Sky" - o primeiro tema deste registo a ser divulgado - "Clad in Black" com um excelente refrão a fazer os melhores tempos dos Within Temptation, "She Devil" uma faixa muito completa e que conta também com um refrão memorável e o tema que dá nome ao álbum, "Dark Rising", que demonstra todas as qualidades dos Enchantya e conta com riffs que apelam ao headbanging por parte dos ouvintes.
"Dark Rising" tem valor para ser considerado um dos melhores álbuns de female fronted gothic/power do ano, por isso esperemos que consigam chegar aos ouvidos de todos os apreciadores do género, quer a nível nacional, quer a nível internacional.
Nota: 8/10
Review por Mário Santos Rodrigues
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