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Vinum Sabbatum - "Bacchanale Premiere" Review

 
Álbum de estreia deste colectivo finlandês que parece sair do final dos anos sessenta, de um sítio qualquer onde estavam os Black Sabbath quando ainda se chamavam Earth. É o que a longa faixa de abertura "Earthrise" lembra, com um ritmo lento e macabro e com o orgão moog a sobressair, e que tudo junto, parece mesmo uma versão embrionária dos Black Sabbath, sem o Ozzy mas com moog. A faixa seguinte já tem um pouco mais de andamento, mas não descola do som blues e com o orgão a dar um ambiente bem sixties, flower power.

Na "Tombstone Rider" temos Uriah Heep, a relembrar o clássico "Gypsy" com um feeling ligeiramente mais progressivo, enquanto na "In And Out Of Faith", tem um feeling bem mais rock'n'roll típico dos anos setenta, com um aroma funky por todo o lado. "The Devil's Cradle" volta novamente ao feeling Sabbath, que seria puro se não tivesse o orgão. Uma faixa groovy, que torna impossível não balançar a cabeça. O álbum termina com a "Culdremne" e "Vinum Sabbatum". A primeira é quase uma intro da segunda, tendo apenas singelas melodias de orgão, às quais se juntam percussão, baixo e guitarra bastante discretos. Quanto à faixa que dá o nome à banda, é um épico de onze minutos e acaba por ser a maneira ideal para fechar o álbum, onde a banda dá largas à sua veia progressiva - o solo de orgão é do melhor - e ao peso, tendo uma sequência quase, quase, heavy metal.

Quase. Tudo isto somado deveria dar bem mais do que a nota que resulta mas a verdade é que há uma fronteira ténue entre homenagear os tempos passados e o viajar no tempo para voltar atrás. Na maior parte das vezes, quando se escolhe a segunda opção, volta-se sempre ao presente no final, mais que não seja, para gravar o disco nas condições actuais. Se este som vintage resulta na primeira música, a coisa parece começar a enjoar de seguida, principalmente com a falta de peso que faz com que todo o álbum, apesar de musicalmente ser perfeito, não tenha a eficácia que deveria ter já que não atinge todo o seu potencial. E isso irrita, porque poderia estar aqui um grande álbum, e não o álbum do quase. Quase que é grande.

Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira