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Heimdall - "Aeneid" Review


A esta hora, os dedicados fãs dos italianos Heimdall, devem estar a salivar com a ideia de um novo trabalho da banda, que vem quebrar um longo hiato de 9 anos, surgido após a edição do anterior, Hard as Iron, do já longínquo ano de 2004. Mas a verdade é que as razões que estiveram por detrás de tal período de seca estiveram ligadas à própria dissolução da banda, por incapacidade de encontrar um vocalista suficientemente competente para dar voz ao material composto por volta de 2006.

Em 2011 o baterista Nicolas Calluori decide reviver a entidade, contando com os ex-companheiros e guitarristas Carmelo Claps e Fabio Calluori, e recrutando para o baixo Enzo D'Auria, para uma terceira guitarra Umberto Parisi e para a voz Gandolfo Ferro.

Com um retorno tão épico como este, não se esperaria conceito menos pomposo para este novo disco denominado de Aeneid, que como já devem ter percebido se debruça sobre o épico poema Eneida de Vergílio. Fica portanto a questão, será que o material aqui contido está ao nível de tais expectativas?

Para já, a voz por vezes traz um pouco à memória Joachim Cans dos Hammerfall, e já se sabe que a apreciação geral da voz do sueco é tudo menos unânime, e o Power Metal contido nestas 14 faixas, com direito à obrigatória introdução, e dois curtos interlúdios, não se pode dizer que seja algo do outro mundo, ou sequer original.

Por vezes temos laivos dos barroquismos e teatralidades de Rhapsody of Fire e Manowar, mas no geral acabam por manter alguma “sobriedade”, que os faz estarem mais próximos de bandas como Dream Evil ou mesmo os próprios Hammerfall.  

A juntar a isso o que não falta nesta épica obra são bons momentos de power metal melódico. Destaques para a descarga épica de Forced By Fate e para o dramatismo de Underworld, menção ainda para um dos pequenos interlúdios, Away, a revelar-se bem mais interessante que a também obrigatória (e chata) balada Ballad (d’uh) Of The Queen.

Daí que a resposta à pergunta acima terá que ser moderadamente positiva, afinal de contas Aeneid é um disco de power metal bastante aceitável, agora se terá a personalidade e qualidade suficiente para satisfazer quem tanto esperou por ele, ou conquistar novos adeptos, aí já poderão surgir algumas dúvidas.

Nota: 7.8/10

Review por António Salazar Antunes