Aqui está um dos tantos exemplos de uma banda que anda já há uma boa porrada de anos a fazer discos, e que no entanto continua a não conseguir dar o salto de exposição que decididamente já merecia.
Certo é que com a quantidade de discos de power / prog metal que se fazem hoje em dia, ou se apresenta algo substancialmente diferente, ou então corre-se o risco de vaguear pelo esquecimento em detrimento dos Symphony X e Beyond Twilight desta vida, algo que sempre terá sido o grande tendão de Aquiles destes italianos, e sem dúvida o grande entrave a um maior reconhecimento.
Isto porque tecnicamente são irrepreensíveis, e este novo Momentum assim o comprova. Entre os exibicionismos (que diga-se nunca se estendem por aí além) das 6 cordas e teclas, e a velocidade e melodias orelhudas do power metal, temos um disco que sim, nunca sai da sua zona de conforto, mas que não desilude. Quando conseguem impingir uma força própria de uns Lanfear, com a orquestralidade mais contida de Blind Guardian, então o contraste não poderia funcionar melhor.
Irrepreensível contínua também a voz de Mark Basile, que é já a grande imagem de marca dos DGM devido ao carisma e talento que a sua voz transporta, e que em Reason, o tema de abertura, divide as linhas vocais com o não menos gigante Russell Allen, num dueto sublime, e grande candidato a tema mais do disco. A completar a liste de convidados temos também Jorn Viggo Lofstad, guitarrista dos Pagan’s Mind a debitar frenéticas escalas em Chaos, outro grande tema de Momentum.
Com a (boa) produção a ficar a cargo do guitarrista da banda Simone Mularoni, nos Domination Studios, os DGM aparentam continuar numa forma soberba, e apresentar uma enorme sobriedade na escrita dos temas. Mas isto já se sabe, quando maior é a sobriedade menor é a imprevisibilidade, e decididamente este é um dos casos em que o rotulo prog só faz mesmo sentido devido as capacidades técnicas acima da média dos seus músicos. Ainda assim fica a esperança para que os DGM possam finalmente encontrar o seu nicho de mercado.
Nota: 8.5/10
Review por António Salazar Antunes
