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Darkthrone - "The Underground Resistance" Review


Desde do “The Cult Is Alive” que a história dos Darkthrone mudou “um pouco”. Para os menos informados: A banda passou da sua sonoridade Black Metal para um completo regresso ás raízes. E aí tomaram um som Punk junto com Heavy Metal, fazendo jus ao nome do 11º álbum dos noruegueses. Nome esse que prevalece, e que não dá sinais de mudança. Em 2010, “Circle The Wagons” foi mais um colosso na “segunda discografia” (uns chamam-lhe assim, vá-se lá saber porquê) do duo formado por Fenriz e Nocturno Culto, que abraçou o Punk de uma forma bem mais visível. Este ano, com “The Underground Resistance”, a banda abandonou a veia Punk e o que existe aqui é Heavy Metal. Mas um Heavy Metal um bocadinho diferente daquele que estamos acostumados a ouvir.

Verdade seja dita, está um produto louvável. Isto porque o que a banda quer não é a abordagem “we bring it back” que tira a essência a um sem-número de bandas novas (e mesmo já antigas). É mesmo o facto de estar a fazer o que gosta. Sem querer “reviver os tempos antigos”. É verdade que o álbum vai beber imenso aos Agent Steel, mas isso não condiciona a essência de que “The Underground Resistance” goza. Essência e poder. A abertura em grande com “Dead Early” seguida da antémica “Valkyrie” é prova disso. A composição dá a impressão que cerca de metade é composta por Fenriz, outra metade por Nocturno Culto. Os vocais estão irrepreensíveis, as guitarras, impecáveis e a transpirar de alma, assim como o baterista apesar de tocar de forma algo primária, fá-lo de uma forma que não podia estar melhor. Juntando tudo isto, mais à alma e ao gosto dos Darkthrone pela música pesada antiga, o álbum do ano está feito. As dúvidas disto podem ser tiradas com a épica “Leave No Cross Unturned”, que tem 13 minutos de puro… Heavy Metal. E com material desta qualidade, a palavra nunca se torna cansativa.

Uns apoiam a mudança dos Darkthrone, outros torcem o nariz. As reações díspares são inevitáveis, mas a verdade é que a banda tem o direito de fazer o que bem quiser, tal é o estatuto e tal é a música feita, que estejam ou não a fazer o que gostam de uma forma totalmente inspirada no Metal da década de 80 e 90, nunca se pode repreender o Gylve e o Ted por fazerem algo inesperado. São os Darkthrone. E ponto final.

Nota: 9/10

Review por Diogo Marques