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Kylesa - "Ultraviolet" Review


O grupo de Savannah está de volta e mesmo depois de cinco álbuns (sendo este o sexto), ainda são capazes de surpreender, apesar de continuarem a serem comparados com bandas como os Mastodon, que deverá ser mais caso de preguiça por parte de quem faz as comparações do que propriamente por questão de existirem muitas semelhanças entre os dois grupos. Aqui a banda surge sem dúvida mais focada e isso resulta em músicas mais curtas, o que tem resultados díspares.

Por um lado, músicas intensas como "Exhale" surgem ainda mais fortes, com o seu elemento de som lamacento que se cola aos ouvidos e não quer abandonar mais (um sentimento que vai percorrer o ouvinte muitas e variadas vezes e vários momentos ao longo do álbum), por outro momentos mais calmos mas que resultam na perfeição como a "Unspoken" que revela uma Laura Pleasants a cantar (a cantar mesmo) e a safar-se bem no processo, num misto de psicodelismo meets pop meets new wave meets grunge meets whatever!O feeling rockeiro também está bem presente com faixas como "Grounded" e aquela aura ameaçadora dos Kylesa também continua bem presente em faixas como "We're Taking This", intercalando com o experimentalismo de "Long Gone" e "What Does It Take", não deixando que esse mesmo experimentalismo não tenha também os seus elementos que tornem as faixas viciantes.

Esta diversidade é a grande arma de "Ultraviolet", isso e a evolução vocal de Laura, que nunca é demais repetir. Se o álbum pode desiludir velhos fãs? Talvez mas provavelmente não. Se vai atrair novos? Talvez existam ainda pessoas que gostem de música que cresça dentro de sim como se fosse um mutante num filme de terror e que não conheçam o trabalho do grupo americano. É um álbum em que revelam muito do seu potencial mesmo que fique a ideia de que se as músicas fossem menos condensadas, haveria aqui potencial para uma exploração maior das suas composições do que aquela que foi feita. É apenas um detalhe, mas esse potencial é tanto que se os tempos fossem outros, isto ao vivo teria pernas para ter longas jams de trinta minutos em cima sem probabilidades de enjoo para banda e espectadores.


Nota: 8.7/10

Review por Fernando Ferreira