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Ildjarn - "Ildjarn" Review


A perspectiva com que se fica após ouvir três álbuns dos Ildjarn é de que o verdadeiro inferno não é composto pelo mafarrico de tridente em punho com os condenados empalados e assar no lago de fogo. O verdadeiro inferno é ouvir um álbum de Ildjarn do início ao fim. Este é que é o verdadeiro black metal, porque não há nada que deixe o indíviduo mais próximo de Satanás do que este projecto misantropo.

O álbum auto-intitulado de Ildjarn foi o seu primeiro, lançado  originalmente em 1995 e é um dos três álbuns reeditados pela Season Of Mist, vá-se lá saber porquê. Não há muito mais que possa acrescentar ao que foi dito em relação ao projecto e à validade destas reedições, sem me repetir com o que já foi dito nas críticas aos álbuns "Forest Poetry" e "Strength And Anger", portanto, vamos focar-nos neste lançamento.

Abstraindo-nos de toda a mística à volta deste projecto - o facto de estar presente na segunda vaga de black metal, aquela vinda da escandinávia (no press-release até é referido de que este álbum foi gravado no mesmo gravador de quatro pistas que foi usado pelos Thou Shalt Suffer, banda pré-Emperor. Quando este é um argumento de peso para promover música, é porque o produto em si não tem muita substância. E realmente não tem) - vamos ao que realmente interessa, a música, que pode ser descrita num repente, num pequeno parágrafo, em estilo de telegrama.

Vinte e sete músicas (27!). Repito, vinte sete músicas (27!). Setenta e cinco minutos (75!) com riffs repetitivos, produção podre, bateria irritante por ser ainda mais repetitiva que todo o resto. Letras em norueguês com títulos como "Solo Enegrecido", "Escuridão Nortenha", "Céus Negros", "Casa Da Escuridão", "Céus Escurecedores", "Escuridão Circundante", "Escurecimento", "Escuridão da Morte I" e "Escuridão da Morte II".

Pegando na ideia do primeiro parágrafo, este álbum é uma boa forma de torturar um qualquer ser humano, animal e acredito que os espíritos também não devem gostar particularmente do que se ouve aqui. A criatividade é particularmente nula, o som de é horrível no geral mas mistura ainda é pior com a bateria a sobrepor-se de forma irritante a tudo o resto. Dos três álbum reeditados, não é fácil dizer qual o pior, mas ouvir estes setenta e cinco minutos de seguida deixou um dor de cabeça que é capaz de durar alguns dias.
 
Nota: 1.5/10

Review por Fernando Ferreira