O Reino Unido sempre foi um berço fértil e bastante propício no que toca a boa música. Inúmeras bandas nascidas no seio britânico cunharam legados de glória assentados em carreiras extraordinárias, contudo, os grandes colossos de outrora irão sempre que ter que dar lugar a "sangue novo" e é nessa óptica que surgem os Haken. Este colectivo lança agora o seu terceiro registo de originais, intitulado "The Mountain", que parece seguir a fé que tem sido depositada na banda desde o seu jovem começo.
Com um arranque suave, proporcionado pelo tema "The Path", somos brindados com a voz de Ross Jenings num tom bastante competente e melodioso que deixa um certo agrado no ouvinte graças à sua performance emotiva. Segue-se a viciante "Atlas Stone", pautada com um piano bastante "catchy", crescendo até um nível mais orquestral, com riffs mais técnicos e coros épicos. O tema apresenta também uma faceta bem fluída onde a banda sabe como diluir o seu virtuosismo sem saturar os temas com um teor "excessivamente progressivo", apostando numa mistura equilibrada e em perfeita harmonia. No que toca a faixas com uma atmosfera mais "ondulante", os Haken dão um perfeito exemplo com o tema "Cockroach King" que, num nível interpretativo, podemos ter um vislumbre de uma aparição mistério dos lendários Peter Gabriel ou Jon Anderson nos vocais. O peso e o teor mais agressivo eclodem em "Falling Back To Earth", o tema mais longo de "The Mountain", com riffs poderosos e coesos, acompanhados por uma atmosfera deveras soturna e onde Ross Jenings, uma vez mais, consegue ter uma prestação vocal digna de nota. Na recta final, "Pareidolia" mostra que o colectivo britânico não esmorece e consegue manter a atenção do ouvinte com as ferramentas que melhor tem à sua disposição.
São essas ferramentas e a forma como foram usadas que fazem de " The Mountain" um registo que catapulta os Haken para um novo nível de maturidade graças à mestria com que conjugam virtuosismo, um certo lirismo e uma impressionante capacidade narrativa nos seus temas. Quando se fala em bandas que podem ter o potencial de crescer até serem novos "gigantes", os Haken merecem ser lembrados sem sombra de dúvida.
Nota: 9/10
Review por Rúben Mineiro
