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Stryper - "No More Hell To Pay" Review


White metal. O rótulo só surgiu como resposta ao black metal embora o rock cristão já exista há mais de quarenta anos. Nomes como Petra e Resurrection Band estão entre aquelas que mais se notabilizaram. Felizmente, hoje em dia o termo white metal já não é usado, não fazendo qualquer sentido procurar uma categoria comercial de forma a vender um produto que sempre se vendeu bem. Nos anos oitenta, se houve uma banda que se notabilizou dentro do rock/metal cristão, foram os Stryper. Musicalmente presos ao glam, sempre injectaram uma dose saudável de heavy metal nas suas composições e sempre foram uma das bandas a ter em conta no meio de muitas que tinham mais imagem do que propriamente conteúdo musical. Depois de terem estado hibernados nos anos noventa, eis que se reunem no novo milénio, com uma série de álbuns bem conseguidos, sendo que os dois últimos registos de estúdio foram um álbum de covers e outro de regravações, este último lançado meses atrás e aqui revisto por este mesmo vosso escriba.

A preocupação de que a banda estava apenas a fazer render o peixe do passado (seu e dos outros) poderia estar presente mas assim que "Revelation" apresenta "No More Hell To Pay", tudo desaparecer. Hard Rock do bom, com uma mensagem positiva - algo que parece bastante pouco comum hoje em dia. Por vezes essa mensagem pode soar um pouco pirosa - "Jesus Is Just Alright" tem uma letra para lá de beata e um pouco azeiteira, mas a verdade é que o riff é viciante, os solos brutais e o refrão, o mesmo que é piroso, é catchy como tudo e não sai da cabeça, sendo esta música uma das melhores do álbum, mesmo - mas apreciando a música pela música, não há como negar que está aqui um álbum de hard'n'heavy como já há muito tempo não se ouvia. E isso não impede que não se tenham momentos mais obscuros como a intensa "Marching Into Battle", um senhor tema de heavy metal.

A justificar por completo a sua existência, os Stryper tanto nos dão melodia (ouvir a líndissima "The One"), como nos dão poder com fartura (o vício da "Legacy") em quase uma hora de bom e velho hard rock como já se tinha saudades de ouvir e um tiro em cheio por parte da Frontiers que tem aqui talvez o seu grande álbum de originais, lançado durante este ano de 2013. Já fazia falta ouvir-se álbuns assim. Um exemplo de como é possível voltar com paixão às origens, trazer algo de original do passado e validar o momento presente. Quando uma faixa chamada "Te Amo" nos obriga a cantar o seu refrão, é porque há realmente aqui um poder sobrenatural a pairar. O poder da música boa.


Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira