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Toxic Holocaust - "Chemistry Of Consciousness" Review


Parece mentira mas já passaram dois anos desde o "Conjure And Command", o excelente último álbum de originais dos Toxic Holocaust e embora tenha sofrido evoluções desde o início da sua carreira até este ponto, não seria de esperar que este "Chemistry Of Consciousness" trouxesse algo de novo. Algo de revolucionariamente novo. E efectivamente não trouxe, mas pelo menos é perceptível algumas ligeiras mudanças. Se "Conjure And Command" primava pela dinâmica a forma como juntava no mesmo caldeirão thrash, death, black, punk e até dooom, aqui sente-se o foco dado principalmente ao thrash,death, punk, sendo que apesar de ter-se um disco mais brutal, também tem menos dinâmica.

A questão é que para um disco de vinte e oito minutos, até que ponto é que a dinâmica é fundamental? Basicamente é um álbum para ouvir e fazer headbang como se não houvesse amanhã. Sem grandes rodeios é "pedal to the metal" sem piedade onde as faixas do álbum quase que não podem ser separadas, parecendo que não se sustentam sozinhas, não sendo isto impeditivo para se terem momentos de pura desbunda como "Silence", "Rat Eater" e "Acid Fuzz". Não é nada mais além disto, o que é o mesmo que dizer que será um álbum que dificilmente será lembrado no futuro como tendo marcado o quer que seja. Provavelmente nem no final do ano será lembrado na lista dos melhores de 2013. Joel Grind parece ter encontrado a fórmula e esta é a sua forma de a aperfeiçoar ou pelo menos tentar ir um pouco mais além.

Em parte esse objectivo é conseguido, é sem dúvida uma progressão em relação a "Conjure And Command", sendo que não mostrando nada de extraordinariamente novo, existem pequenas alterações na fórmula que os mais atentos perceberão. O problema, se é que existe problema, a partir do momento em que se apresenta basicamente a mesma fórmula, alguma coisa tem que fazer a diferença - senão está-se a ouvir o mesmo álbum pela segunda vez com um nome diferente - e neste caso o que obrigatoriamente tem que fazer a diferença são os riffs e nem nisso há uma mudança. Há bons riffs, mas nada que marque muito, nada que os façam distinguir do passado. Para ser sincero, "Chemistry Of Consciousness" começa a morrer a partir do final da sexta faixa, a já citada "Acid Fuzz", tornando-se um pouco genérico demais para o seu bem. Tendo em conta a curta duração do álbum, não é algo muito bom.

Custa a dizer que é uma desilusão, porque a identidade de Toxic Holocaust não saiu beliscada, mas terá que se admitir que este trabalho não corresponde a todas as expectativas à volta de Joel Grind e da sua banda. E se antes o caminho tinha ficado estreito, agora ainda mais estreito ficou a nível de progressão musical. Para todos os efeitos é um álbum para todos os fãs do thrash metal retro que embora tenha uma esperança de vida reduzida deverá entreter bem nesse curto espaço de tempo.


Nota: 6.5/10


Review por Fernando Ferreira