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Benedictum - "Obey" Review


Com um início orquestral em "Dream Of The Banshee", que acaba com um grito adequado (já que a Banshee é uma figura mitológica celta da Irlanda cujo grito representava os dias que restavam à pessoa a quem aparecia), que é a forma como começa "Fractured", um tema de heavy metal poderoso e raçudo. Inicialmente fica difícil de perceber se a voz de Veronica é de um homem ou de mulher, mas aos poucos consegue-se fazer bem essa diferença, coisa que não acontece de todo ao observar as fotos promocionais deste trabalho. É uma banda que não se espera de ver lançada pela Frontiers, sendo talvez a mais pesada que este escriba tenha ouvido de todo o seu catálogo, o que se trata de uma surpresa bem agradável.

Nem sempre foi assim, já que o anterior álbum seguiu precisamente o caminho contrário, ou seja, a banda assinou pela Frontiers e lançou um álbum muito próximo daquilo que a Frontiers lança, o que resultou num álbum mais fraco, com menos poder e longe do que foram os trabalhos anteriores. Assim sendo, este "Obey" pode-se considerar um regresso à forma, embora esse regresso não seja por completo já que há aqui alguns detalhes que o impedem. Antes de mais a produção não joga muito a favor das músicas, apresentando-se algo desajeitada e baça. O som da bateria é aquele que é mais prejudicado. Por outro lado, quando se chega mais ou menos a meio do álbum, ali por voltas de "Evl That We Do", fica-se com a sensação de que já se viu e ouviu tudo que os Benedictum tem para oferecer.

Apesar disto, não deixa de ser um upgrade em relação ao que foi feito e uma boa indicação para o futuro. A banda joga com algumas mais valias como a participação de Tony Martin (ex-vocalista dos Black Sabbath) no emocional tema "Cry" onde faz um dueto com Victoria ou então no tema "Thornz" onde a convidada desta vez é Nina Osegueda, dos A Sound Of Thunder, resulta num dos grandes temas do álbum. O balanço final é sem dúvida positivo, um álbum de heavy metal forte, com os seus defeitos, é certo, mas no caminho certo, o que se recomenda para os fãs da velha guarda, quando os Estados Unidos metiam cá para fora álbuns de heavy metal raçudo como este.


Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira