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Def Leppard - "Viva! Hysteria" Review



Não há fome que não dêm fartura. Depois de trinta anos de carreira e nenhum álbum ao vivo, em dois anos tem-se dois. Primeiro foi o competente "Mirrorball" e agora este "Viva! Hysteria", alusivo ao facto de ter sido gravado em Las Vegas (há uma referência à música "Viva Las Vegas" de Elvis Presly na "Slang", para tornar ainda mais clara a ligação). Este duplo CD/DVD é lançado pela Frontiers (Who else?), num pacote muito interessante que de certeza que vai chamar a atenção de todos os fãs dos Leppard. Tem-se o álbum "Hysteria" tocado na íntegra, aquele que foi o trabalho que mais vendeu na carreira da banda, e mesmo que estas coisas de tocar álbuns inteiros e de lançar álbuns ao vivo não sejam propriamente excitantes para quem conhece a carreira da banda de trás para a frente, não deixa de ser um item apetecível principalmente pelo restante alinhamento.

No primeiro disco tem-se então o referido álbum e ainda direito aos grandes êxitos do álbum anterior, "Pyromania", sendo eles "Rock Of Ages" e "Photograph". No segundo disco temos uma série de faixas pouco usuais que a banda tocou sobre outra designação, em dois dos onze dias em que actuaram em Las Vegas. Devido a uma vez no passado alguém ter trocado o nome da banda de Def Leppard, por Dead Flatbird, o grupo britânico pegou na designação e tornaram-se a sua própria banda de abertura em cada uma das noites em que tocaram o clássico álbum por inteiro. Incluem-se faixas como "Good Morning Freedom" (lançada originalmente no single do tema "Hello America), antes do primeiro álbum, "On Through The Night" ter sido lançado"), "Wasted" (também single e presente no referido álbum de estreia que ainda teve direito a ser escolhido a "Rock Brigade" e tema título), "Stagefright" (do "Pyromania") e a "On Through The Night", "Let it Go", "High'n'Dry (Saturday Night)", "Brigin' On The Heartbreak", "Switch 625" e a "Another Hit And Run" retirada do álbum "High'n'Dry". As mais recentes são mesmo a já mencionada "Slang", o single "Undefeated" lançado apenas de forma digital em 2011 e "Promises" do álbum "Euphoria".

Apesar de ter aquela aura de lançamento da Frontiers que é de viver à custa do passado, este é um passado que até nem foi visitado tantas vezes como isso, e que atém tem bastantes escolhas pouco óbvias e curiosas que de certeza os fãs vão querer ter. Assim vale a pena lançar álbuns ao vivo, fugir ao óbvio, demonstrando a classe da banda e apesar daquilo que já foi falado muitas vezes, a mostrar que apesar de não serem propriamente pesados e de se terem afastado bastante daquilo que se entende por NWOBHM (rótulo que nunca lhes caiu bem, e que nem sequer a banda se via como tal,tendo calhado apenas terem sido apanhados na corrente do movimento), está aqui um grande álbum ao vivo de uma das maiores bandas britânicas de hard rock dos últimos trinta anos. Essencial para os fãs e amantes do estilo.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira