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Fatal Fusion - "The Ancient Tale" Review


Quando um press release diz que as influências de uma banda incluem nomes como Genesis, Deep Purple, Led Zeppelin e Rainbow, é impossível o fã de rock progressivo e da década de setenta não fique empolgado. Os pés podem cair no chão e começar a pensar "se calhar, isto é artimanha da editora para vender mais discos" e chega-se à conclusão que não há nada como ir ao fundo da questão, ouvir e avaliar por si próprio. Ora primeira indicação que tanto pode funcionar a favor como contra: a duração das músicas. Cinco músicas, sessenta e nove minutos de duração. Dois temas com mais de dezoito minutos, um com mais de catorze e dois com mais de nove. Qual é o maior risco que se corre em ter temas mais longos? Não ter a qualidade musical (principalmente a nível de composição) que acompanhem a sua ambição. Só mesmo a audição poderá desfazer a dúvida sobre o trabalho do grupo norueguês.

O priomeiro tema "City Of Zerych", o primeiro de dezoito minutos, desenrola-se como uma manhã de primavera pacífica. Calma e depressa, apesar da sua longa duração. Além dos nomes citados no press-release há aqui um ou dois que são bastante evidentes, que são os Camel e em certa medida, os ambientes criados pelos King Crimson criados em temas como "Epitaph". E o seu grande trunfo é a sua dinâmica, havendo momentos bem rock (onde talvez se note a tal influência Purple/Rainbow). Basicamente é um caldeirão de coisas boas que consegue com sucesso entreter e sobretudo cativar durante dezoito minutos. Uma prova superada que coloca menos pressão para os temas seguintes.

Os teclados são utilizados de forma bastante vintage, o que ajuda a dar ainda mais a sensação de se estar a ouvir um álbum que não foi feito agora. A mesma qualidade está presente em todas as faixas mas será difícil para quem não é fã de progressivo aguentar algo assim durante muito tempo. Aliás, mesmo para que seja fã de progressivo, se estivermos a falar de metal progressivo, então terá realmente muita dificuldade em chegar a uma faixa como "The Divine Comedy" até ao fim, que tem catorze minutos e é instrumental.

De qualquer forma, para os vivem, respiram e transpiram rock progressivo, este poderá ser o álbum do ano. Trata-se do primeiro álbum para a Karisma Records, que os poderá a ajudar a levar a mais pessoas o seu som, depois de um álbum de estreia que fez algum burburinho no meio, inclusivé tendo sido nomeado pelos Prog Awards como melhor álbum de estreia em 2010. Este segundo trabalho é no geral bem mais ambicioso e também de difícil audição pela sua extensão e densidão. E são essas, simultaneamente, as suas maiores qualidades também. Um grande álbum, uma máquina do tempo para um pouco do melhor que a década de setenta teve para oferecer a nível musical. Essencial na audioteca de qualquer progger que se preze.


Nota: 8.5/10

Review por Fernando Ferreira