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Corpsessed - "Abysmal Thresholds" Review


Death metal finlandês porco, javardo e tão negro como as entranhas mais negras de Chtulu. Depois de dois EPs em 2011 e 2012, é chegada a hora do primeiro longa duração deste quinteto dos infernos. A breve "Intro" já faz antecipar que vem aí podridão extrema e "Of Desolation" não defrauda essas expectativas. O caos que emana da música destes finlandeses é uma coisa impressionante, mas mesmo assim dá para perceber algumas influências. Talvez a mais improvável seria de Amorphis, mas a verdade é que certos temas aqui parece que foram retirados do "Karelian Isthmus" e levado com uma dose cavalar de distorção que faz com que isto soe pesado como tudo. Também há aquela javardice gravalhona tipicamente sueca que parece que tem aqui boa representação, mais uma para a conta do peso, contando também com a voz de Niko Matilainen também ajuda a acentuar esse efeito.

Outro elemento importante é sem dúvida o certo tom negro (como quem diz, de black metal) em todas as músicas deste álbum. De tal forma que se chega a "Trepanation", o terceiro tema a contar com a intro, já se está um pouco claustrofóbico, a sentir que o mundo se está a fechar sobre nós. Esta é a melhor imagem para descrever na perfeição o que se pode ouvir aqui. É impressionante o poderio demonstrado pela banda nestes quase cinquenta minutos. E também não é fácil apreciá-lo na totalidade. Mesmo quando as coisas abrandam um pouco o ritmo, ali no doom - como em "Sovereign" ou "Necrosophic Channeling", as coisas não ficam muito mais fáceis de digerir.

Não há volta a dar, estes gajos são brutos. Até o nome é bruto, de uma forma meio ingénua e tosca, mas que também define o seu som. Blastbeats, distorção a querer rasgar as colunas e coisas tais propícias para fazer doer a cabeça aos não habituados a estas andanças. Confessa-se que mesmo para quem está habituado. depois de levar tanta porrada, chegar á última faixa com sete minutos e meio, poderá ser a gota de água. Para os que gostam do seu metal extremo, sujo e duro, está aqui uma grande proposta/revelação, que de certeza valerá a pena acompanhar no futuro. Uma questão de ver como é que evoluiem e como o diamante aqui em bruto (e bruto é o termo certo) é lapidado.

 
Nota: 7/10

Review por Fernando Ferreira