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Reportagem: More Than A Thousand, Bury Tomorrow, Cosmogon @ República da Música, Lisboa - 28-02-2014


Poucos dias depois do lançamento de Vol 5. Lost at Home, e antes de iniciarem uma tour europeia para apresentar o novo álbum, os More Than A Thousand decidem começar esta sua nova jornada de apresentação com uma data dupla em Portugal, uma em Lisboa, e outra no Porto. Nos últimos tempos as oportunidades para ver More than a Thousand ao vivo na capital têm sido algo escassas, sendo que um regresso às salas lisboetas já era muito desejado, desejo esse que verificava pela grande quantidade de pessoas que praticamente encheram a República da Música.


A acompanhar o concerto de lançamento de Vol 5. Lost at Home, a banda originária de Setúbal trouxe consigo duas bandas internacionais, os Cosmogon e os Bury Tomorrow. Os Cosmogon, banda originária do Luxemburgo e ainda numa fase embrionária da sua carreira (não têm ainda lançamentos oficiais) destoavam um bocado das duas outras bandas, apresentando um som mais pesado e carregado de Groove, o que não fez com que fossem mal recebidos, tendo dado um concerto competente, e que foi animando uma sala já algo composta, apesar de muita gente ter entrado durante a actuação da banda. 




Seguiram-se os Bury Tomorrow , que regressaram ao nosso país depois da passagem pelo Jurassic Fest de 2013, revelando-se uma banda já conhecida do público português, que os recebeu de braços abertos e com os refrões na ponta da língua, sendo visível que muita gente era conhecedora da banda. O concerto acabou por pecar por ter sido algo curto (cerca de 35 minutos), sendo que a banda se focou essencialmente no álbum The Union of Crowns. Desde o começo com Lionheart, até ao final apoteótico com Royal Blood, os Bury Tomrrow não deram descanso ao público, com um vocalista muito comunicativo que garantiu que durante o concerto não faltasse agitação lá à frente, existindo ainda espaço para muitos circles pits, um wall of death e um momento algo caricato à la Slipknot. Houve ainda tempo para revisitar Portraits com You and I, bem como para duas músicas novas que vão figurar no próximo álbum a ser lançado em Maio. 




Era já visível a satisfação do público com os concertos até então, mas a verdade é que o ponto alto da noite era o concerto dos More than a Thousand. Desde a entrada com Fight your Demons que a banda de Setúbal agarrou o público, metendo toda a sala a mexer e a cantar os refrões. É impressionante como o álbum novo apensas foi lançado há uns dias, e as músicas já estavam assimiladas pelos presentes, assentando que nem uma luva entre as músicas de Vol 4. Make Friends and Enemies de onde foram retirados oito temas. De Vol 5. Lost at Home, houve direito a seis músicas, sendo de destacar a já conhecida Feed the Caskets, com direito a wall of death. Já perto do fim, houve tempo para um bocado de descanso, ficando só Vasco Ramos em palco a proporcionar um momento acústico com uma antiga In Loving Memory, seguida da recente Midnight Calls . Para o fim, Roadsick cantada em uníssono por  toda a sala, terminando em grande com Make Friends and Enemies e No Bad Blood. Durante pouco mais de uma hora os More than a Thousand deram um concerto cheio de energia, e que pôs a República da Música a vibrar, sendo visível a satisfação dos presentes com o grande concerto a que presenciaram.. Fica apenas a sensação de que a banda podia ter tocado mais algumas músicas antigas, porque das quinze que foram tocadas no total, apenas uma não pertencia aos dois últimos álbuns. É claro que estes dois álbuns são a identidade actual da banda, e aquela que os tem catapultado ainda mais para a sua internacionalização, mas para quem já os acompanhava antes desta sua nova fase fica sempre a sensação de que alguns clássicos teriam sido bem vindos. Fora isso, um grande concerto de uma banda em constante crescimento, e que com Vol 5. Lost at Home tem tudo para dar um passo de gigante numa carreira que já vem sendo excelente. Lisboa agradeceu e fica à espera de um regresso.  


Texto por Pedro Reis
Fotografia por Joana Soares
Agradecimentos: Metrónomo