Rock 'N'Roll. Nem é aquele arraçado de AC-DC (talvez o mais reconhecível e que dá gozo ouvir), nem o arraçado do glam que infestou L.A. na década de oitenta. As modas mudaram e parece que este tipo de som era mais provavel vir da Europa do que propriamente dos E.U.A.. É de lá, mais concretamente de Filadélfia que surgem estes Mach22, com o seu álbum de estreia, misturando o espírito do rock'n'roll descomprometido com o peso do hard rock, tendo como resultado um bom álbum de rock como faz falta às rádios passarem.
Som orgânico, não só ao nível da produção (que ficou a cargo de Jeff LaBar, guitarrista dos Cinderalla e pai de Sebastian LaBar, guitarrista dos Mach22) mas também das músicas em si, a composição, que dá ideia de ter sido mais sentida do que propriamente pensada. Apenas num álbum assim, uma proto-balada como "Stone Rose" poderia soar tão bem, tão cheia de alma, sem ser lamechas. Por outro lado, verdadeiros hinos ao rock na forma de "Constant Denier e "Backslider", soam urgentes, a pedir para serem transpostos para cima de um palco.
Honesto, sem pretensões e sobretudo, inspirado, embora existam, obviamente alguns pontos a melhorar, mas que tudo junto dá um saldo bastante positivo, principalmente por não se ter muita coisa parecida. O rock será sempre o rock. Bateria, voz, baixo, guitarra e alma é só o que é preciso e é o que se tem aqui. Nota positiva para os solos de guitarra, também eles muito inspirados. Uma banda que tem muito para crescer, que vai beber aos mestres (há quem os compare como uma mistura entre Led Zeppelin e Lenny Kravitz, embora caiba muito mais no meio), e que tem muito, mas muito potencial. A acompanhar.
Nota: 7.5/10
Review por Fernando Ferreira
