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Monsterworks - "Universe" Review


Ainda mal refeitos da bomba que foi "Earth", eis que surge o nono álbum dos neo-zelandezes Monsterworks. Superar um álbum como "Earth" seria uma tarefa que levaria muitas bandas e terem bloqueios e a falharem certamente na tarefa, mas nem por isso os Monsterworks vacilaram e pouco mais de seis meses (!) depois, está aqui mais uma obra prima inqualificável no que ao género diz respeito. E apesar do pouco tempo que passou deste o último trabalho e apesar da sua qualidade superior, este "Universe" ainda consegue ir mais um pouco além, mostrar mais, fazer sentir mais, isto tudo sem tornarem a sua música, que já é complexa, complicada demais. Na verdade, parece que as coisas estão mais acessíveis, dentro da complicação.

Paradoxos destes são bastante comuns a qualquer análise que se preze à sua música, é sinal de reconhecimento perante aquilo que se está a ouvir. Se no tema título que faz as honras de abertura do álbum têm-se um sabor mais death metal, entre muitos outros, já na "Grandiose" já há um certo espírito hard rock da década de setenta com as cavalgadas do heavy/thrash (e a faixa acaba demasiado cedo. É um dos perfeitos exemplos do flagelo musical que é o fade out). "Voyager" começa de forma singela e atmosférica e parece que vai beber um pouco das raízes alternativas da década de noventa, com um grande e memorável refrão. Na verdade, este é um exercício fútil. Para descrever o que se passa aqui, em tempo real, seria necessário ter locução semelhante aqueles que se ouve na rádio nos jogos de futebol. Há (assim) muita coisa a acontecer.

Possivelmente ser-se-á um pouco injusto mas a verdade é que é impossivel ajuizar este trabalho de forma isolada. É impossível dizer que este é um excelente álbum sem referir o que já foi dito atrás (que segue-se apenas seis meses depois de um outro excelente trabalho) e sem salientar que apesar de ser uma banda extremamente profíqua, consegue sê-lo com um nível médio de qualidade assombroso. Embora não seja tão imediado como "Earth" for a genialidade manifesta-se de forma mais dissmulada que se vai descobrindo audição após audição. É previsível a injustiça deste álbum passar despercebido nas listas de melhores álbuns do ano dado o seu teor algo underground, mas que fique acente, este é e será um dos grandes álbuns de 2014.


Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira