The Sorcerer é um dos mais míticos projectos de black metal nacional. Criado em 1994 tendo como mentor Andremon, o projecto teve alguma visibilidade quando teve uma faixa representada na compilação de black (mais ou menos) metal da Guardians Of Metal intitulada "Southern Assault Vol.1". Enquanto algumas das bandas escolhidas, dificilmente tinham algo a ver com o black metal, não lhes retirando a qualidade musical todavia, The Sorcerer era uma das únicas (a outra era Purgar) que se apresentava como sendo uma one man band, estando Andremon por trás dela, ele que fazia parte dos Grog na altura. A faixa que apresentou era um black metal cru que sofria apenas por não ter uma produção à sua altura.
Quase vinte anos passaram e após um interregno de treze, o projecto voltou no ano passado com um split, "... Enterrai os Vivos e Cuidai dos Mortos..." para o tão aguardado álbum de estreia. Após uma longa (longa demais, talvez) intro, "The Bearer Of Light" prova que há coisas pelas quais valem bem a pena a espera. Com um som poderoso mas ao mesmo tempo cru, esta faixa tem um riff inicial que soa a clássico death/black metal. A bateria está muito bem entregue a Rolando Barros, um dos grandes bateristas nacionais no que há música extrema diz respeito, que aqui tem, como sempre, uma prestação irrepreensível.
Considerando que se estás a falar de black metal, este álbum tem bem mais dinâmica entre as músicas (e nas próprias) do que seria expectável. Os temas alternam entre o mid tempo e o up tempo, utilizam riffs hipnóticos e com sabor a clássico de forma inteligente (aqueles riffs da "Entre As Trevas E A Sarjeta" são tão simples mas tão bem conseguidos que até irrita como é que algo assim não foi feito antes) e existem vários solos que fazem bem a diferença no resultado final. A dinâmica também é conseguida entre o contraste de temas como o que foi citado anteriormente e outros com feeling mais clássico como "The Spectre", um malhão black metal com um riff capaz de se colar ao fundo da cabeça e nunca mais sair. Existem algo como "The Guardian Spirit", que consegue concentrar em oito minutos fustigação sonora, blastbeats e melodia, fazendo tudo sentido, soando tudo natural.
É um álbum que só peca por ter chegado vinte anos depois da criação da banda e por saber a pouco - não chega a ter quarenta minutos de duração. Conseguindo capturar aquilo que é a essência do black metal com origem lusitana, "Graveyard Of Fallen Dreams" é uma grande aquisição para a audioteca de qualquer fã de black metal que se preze. Só se espera/pede que não demore tanto tempo a sair o segundo álbum de originais. Para já, temos uma excelente estreia, limitada a uma edição de quinhentas cópias. Ao ouvir a primeira vez, é impossível não repetir e a cada nova audição fica-se com a certeza de que caso não se façam mais edições, está aqui uma potencial valorosa raridade.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
Quase vinte anos passaram e após um interregno de treze, o projecto voltou no ano passado com um split, "... Enterrai os Vivos e Cuidai dos Mortos..." para o tão aguardado álbum de estreia. Após uma longa (longa demais, talvez) intro, "The Bearer Of Light" prova que há coisas pelas quais valem bem a pena a espera. Com um som poderoso mas ao mesmo tempo cru, esta faixa tem um riff inicial que soa a clássico death/black metal. A bateria está muito bem entregue a Rolando Barros, um dos grandes bateristas nacionais no que há música extrema diz respeito, que aqui tem, como sempre, uma prestação irrepreensível.
Considerando que se estás a falar de black metal, este álbum tem bem mais dinâmica entre as músicas (e nas próprias) do que seria expectável. Os temas alternam entre o mid tempo e o up tempo, utilizam riffs hipnóticos e com sabor a clássico de forma inteligente (aqueles riffs da "Entre As Trevas E A Sarjeta" são tão simples mas tão bem conseguidos que até irrita como é que algo assim não foi feito antes) e existem vários solos que fazem bem a diferença no resultado final. A dinâmica também é conseguida entre o contraste de temas como o que foi citado anteriormente e outros com feeling mais clássico como "The Spectre", um malhão black metal com um riff capaz de se colar ao fundo da cabeça e nunca mais sair. Existem algo como "The Guardian Spirit", que consegue concentrar em oito minutos fustigação sonora, blastbeats e melodia, fazendo tudo sentido, soando tudo natural.
É um álbum que só peca por ter chegado vinte anos depois da criação da banda e por saber a pouco - não chega a ter quarenta minutos de duração. Conseguindo capturar aquilo que é a essência do black metal com origem lusitana, "Graveyard Of Fallen Dreams" é uma grande aquisição para a audioteca de qualquer fã de black metal que se preze. Só se espera/pede que não demore tanto tempo a sair o segundo álbum de originais. Para já, temos uma excelente estreia, limitada a uma edição de quinhentas cópias. Ao ouvir a primeira vez, é impossível não repetir e a cada nova audição fica-se com a certeza de que caso não se façam mais edições, está aqui uma potencial valorosa raridade.
Nota: 8.5/10
Review por Fernando Ferreira
