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Patria - "Individualism" Review


Quem diria que uma banda brasileira conseguiria soar tão nórdica? Coisas mais estranhas já aconteceram, mas mesmo assim é de assinalar a presença de Patria no catálogo da cada vez mais forte Indie Recordings com o seu quinto álbum de originais em sete anos de existência, uma média bastante profíqua. Será que a qualidade tem o mesmo nível da quantidade? Pelo menos no que a "Individualism" diz respeito, pode-se dizer que sim, já que este albúm é forte e seguro no género que se insere, ainda que o black metal seja um estilo complicado de se sobressair, por tudo o que já foi feito.

Os Patria não parecem muito preocupados com isso, sendo que a sua música, apesar de crua, consegue oferecer bastantes pormenores interessantes, seja nas variações rítmicas, seja nos riffs hipnóticos (e o que seria o black metal se não tivesse riffs hipnóticos?) e um trabalho bem interessante da guitarra lead, que traz muito mais para cima da mesa do que aquilo que é costume. É como se representasse um novo olhar sobre o passado. Os Patria fazem justa homenagem a esse passado tão protegido e adorado por alguns e juntam algo inesperado. Uma identidade.

São oito descargas de black metal (sem contar com o tema título que é uma intro, a "Epiphany" que é um interlúdio e a "Requiem For The Ego" que é uma outro) surpreendentemente refrescante e mantendo toda a sua aura old-school, saindo fora dos estereotipos que a sua cena natal possui (justa ou injustamente). Impossível ficar indiferente a riffões como "Uncrowned God Of Light" ou "Orphan Of Emptiness". Desde riffs clássicos a melodias inesperadas, "Individualism" tem valor para conquistar qualquer fanático de black metal em menos de uma música e pode muito bem tornar a banda brasileira como uma das novas coqueluches do black metal europeu. Não merecem menos que isso.


Nota: 8.4/10

Review por Fernando Ferreira