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Ogre - "The Last Neanderthal" Review


Não, não é o Shrek, até porque este ogre não é verde. É cinzento tal como se esperaria de uma entidade doom. Doom sujo e com um feeling rockeiro é o cheiro que este quarto álbum dos norte-americanos nos deixa. Este trabalho é o primeiro depois de uma pausa de três anos que a banda teve entre 2009 e 2012 e se dúvidas houvessem acerca da validade deste regresso, "The Last Neanderthal" destroi-as por completo. Uma breve intro é tudo o que separa da boa faixa de abertura "Nine Princes In Amber", um heavy doom com feeling, mas é mesmo na "Bad Trip" que a banda fica oficialmente apresentada para todos os que não os conhecem. Um doomão de todo o tamanho, com direito a riffaria hipnótica pelo meio. Uma viagem de oito minutos onde somos levados por várias paisagens sonoras.

Peso é o prato forte, mas numa vertente que poucos arriscam, sem gimmicks, sem nada de muito complicado, apenas heavy metal fruto de baixo, bateria, guitarra e voz, fruto de um power trio old school. A voz e baixo estão a cargo de Ed Cunningham, que não vacila e se torna uma referência, mesmo que a voz não seja tão imediata como se esperaria ou desejaria, mas com uma forte vertente bluesy e rock, dá para sentir todo o feeling que escorre da mesma. A bateria também está sólida e sóbria, deixando bastante espaço para a voz e guitarra brilhar, esta que nos brinda com bons solos - que grande air guitar se é obrigado a fazer com a "Son Of Sisyphus".

Encerrado de forma apropriada, com o épico de onze minutos "The Hermit" e Oscilando entre o doom clássico da escola Sabbath e Saint Vitus e o rock dos anos setenta - "Soulless Woman" é um achado viciante, principalmente com a voz de Cunningham a fazer lembrar Bon Scott e a guitarra a brilhar com o pedal wah - "The Last Neanderthal" é um excelente regresso e uma excelente novidade para todos aqueles que não os conheciam na sua primeira "vida".


Nota: 7.8/10

Review por Fernando Ferreira