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Triumphant - "Herald The Unsung" Review


Álbum de estreia desta nova banda que não é tão nova quanto isso, já que esta já é a sua quarta designação. Antes eram os Manic Disease, antes disso Nekromantik, ainda antes disso Manic Disease outra vez e antes ainda Frantic Tormentor. Vamos ver se estes rapazes austríacos ficam por aqui no que diz respeito ao nome. "Herald The Unsung" é black metal com alguns toques de thrash e até uma pitada de heavy metal tradicional.É uma mistura entre aquela frente mais dura e ortodoxa do black metal, com todo aquele revivalismo que se tem assistido nos últimos tempos - atentar nos ocasionais gritos (gritinhos?) à la Schmier (dos Destruction) que Bekim Leatherdemon (grande nome) debita ocasionalmente. Isso e os curtos mas inspirados solos de guitarra que também se fazem ouvir.

Essa variedade acaba por ser o seu grande trunfo. Apenas para citar um exemplo: "Zivot Ispod Obrnutog Krsta" mistura no mesmo prato black metal, thrash metal, heavy metal e até riffs à la Running Wild antigo! Tudo soando e fluindo como um só e não uma manta de retalhos. A aura que emana é totalmente evil, como um bom álbum de black metal o deve fazer e há momentos que soam mesmo a clássicos - como o início da "Devotion" - mas é o factor imprevisível que o torna cativante, revelando uma grande inteligência por parte destes austríacos, por fazerem algo que todos já fizeram de uma forma refrescante.

Talvez a intro "Trinfator" e o interlúdio "Nightfall" fossem dispensáveis, já que nem servem como pausa para respirar, nem acrescentam em nada a este trabalho mas é depois desta última faixa que se tem a melhor sequência do álbum, com uma "Fullmon Over Transylvania" furiosa em apenas dois minutos e meio, passando depois para o épico tema-título de nove minutos, que tem tudo aquilo que é positivo num tema black metal, usando armas próprias de heavy metal, tal como melodias e harmonias de guitarra que acentam como uma luva. A finalizar, o mais estranho de todos, um típico tema heavy metal, com o nome da banda, "Triumphant", e que deixa desconcertado todos aqueles que ouviram o álbum todo até aquele ponto, principalmente a segunda metade em que a voz passa de gutural a limpa, tipicamente NWOBHM. Fica-se com a sensação de que se mudou de estação de rádio a meio da música, mas não impede que seja um grande tema.

É um bom álbum de estreia destes austríacos e uma boa referência para o black metal não muito ortodoxo mas bem mais interessante por esse facto. Recomendado a quem gosta de surpresas.


Nota: 7.8/10

Review por Fernando Ferreira