Mais uma banda clássica dos anos oitenta que volta pelas mãos da Frontiers. Apesar de poder-se inserir na vertente de hard rock que o grunge destruiu nos anos noventa, o foco dos Tesla sempre teve mais na música do que propriamente na imagem. Seis anos depois do último álbum de originais e três depois de um acústico, a banda demonstra que os anos não passam por si e de que eles também não estão presos ao passado, não deixando de ter um olhar crítico sobre os tempos modernos, tal como a faixa de abertura “M P 3” tão bem declara.
Não é um simples regresso de uma banda clássica de hard rock, é um bom álbum de um estilo que o tempo se encarregou de marginalizar e quando se diz que a banda é clássica, há aqui muitos riffs, melodias e refrões que soam a isso mesmo, a clássico. E simplicidade é mesmo a palavra certa para descrever este trabalho, já que não é preciso muito quando se fala de hard rock. Basta guitarras, baixo, bateria e voz. Simples, não? Mais simples se torna quando os músicos em questão conseguem usar os instrumentos para fazer grandes músicas como é o caso deste álbum. À primeira vista, podemos pensar que catorze músicas é um pouco excessivo e que os Tesla poderão sofrer também dos males na nova geração, onde as bandas lançam álbuns com mais de treze temas mas dos quais apenas um ou dois se aproveitam. Neste caso, não há um tema fraco, embora existam alguns mais genéricos que outros – como a espécie de balada “Other Than Me”.
Com escorregadelas ou não, “Simplicity” representa a essência da banda, despedida de pretensiosismos, de viagens ao passado para tentar capturar o que é impossível de capturar – aquilo que já lá vai. É um trabalho honesto de hard rock e como tudo o que tenha a ver com hard rock, simples mas não básico, com profundidade suficiente para durar uns bons tempos dentro do leitor de cds – nada de coisas de mp3. Bom regresso de uma banda que mostrou com este trabalho como fazia falta aos apreciadores de boa música.
Nota: 7.8/10
Review por Fernando Ferreira
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