Já por diversas ocasiões ficou provado que o black metal é o perfeito companheiro para o doom metal, sendo que a ideologia hermética do primeiro estilo complementa-se pelo peso claustrofóbico do segundo, isto de uma maneira geral, claro. Os Stoic Dissention são norte-americanos e são um bom exemplo da fusão harmónica entre os dois géneros embora o resultado não seja literalmente… harmonioso. Ao segundo álbum, é notária a evolução e aperfeiçoamento da sua fórmula que aqui surge espalhada ao longo de quase uma hora, dividida em seis faixas, na sua maioria longas.
Após “Wolcnum”, um longo e arrastado épico doom que atinge a marca dos quinze minutos, pode-se ficar com a ideia errada. ”Weathered Stones” pode surpreender pela sua velocidade, havendo uma certa progressão do início do tema até ao seu final com uma grande dinâmica. Não se pode dizer que as coisas sejam alteradas entre estes dois estados quando na verdade existe mais uma vertente experimental que se sobrepõe a tudo o resto. Vertente essa que surge em pleno em temas como “The Father Of My Trials” e em “Fevered Grip”, tornando a audição deste trabalho bem mais desafiante do que aquilo que seria expectável para um disco de blackened doom metal.
Para já é necessário mergulhar nele várias vezes e por mergulhar várias vezes, entenda-se mergulhar e ficar lá. Não é o álbum que vale pelas suas músicas individuais mas pelo seu conjunto todo, do qual é impossível desassociar qualquer dos temas que o compõem, sendo que poderão haver alguns que se destaquem como o lindíssimo “This Feral Temple”, que apesar de ser nitidamente o tema mais leve e melódico do álbum, faz todo o sentido de pertencer ao mesmo. A maneira como acaba também se revela perfeita, com “The Eldritch And The Atavistic” a resumir todos os elementos que apareceram anteriormente.
Exigente a nível de entrega e de concentração por parte do ouvinte, “Autochthon” poderá não ser um disco para ouvir todos os dias até porque a cada audição deixará os níveis energéticos bem baixos. É uma questão de resistência, a que fará a diferença no veredicto final do trabalho.
Nota: 7.3/10
Review por Fernando Ferreira
Após “Wolcnum”, um longo e arrastado épico doom que atinge a marca dos quinze minutos, pode-se ficar com a ideia errada. ”Weathered Stones” pode surpreender pela sua velocidade, havendo uma certa progressão do início do tema até ao seu final com uma grande dinâmica. Não se pode dizer que as coisas sejam alteradas entre estes dois estados quando na verdade existe mais uma vertente experimental que se sobrepõe a tudo o resto. Vertente essa que surge em pleno em temas como “The Father Of My Trials” e em “Fevered Grip”, tornando a audição deste trabalho bem mais desafiante do que aquilo que seria expectável para um disco de blackened doom metal.
Para já é necessário mergulhar nele várias vezes e por mergulhar várias vezes, entenda-se mergulhar e ficar lá. Não é o álbum que vale pelas suas músicas individuais mas pelo seu conjunto todo, do qual é impossível desassociar qualquer dos temas que o compõem, sendo que poderão haver alguns que se destaquem como o lindíssimo “This Feral Temple”, que apesar de ser nitidamente o tema mais leve e melódico do álbum, faz todo o sentido de pertencer ao mesmo. A maneira como acaba também se revela perfeita, com “The Eldritch And The Atavistic” a resumir todos os elementos que apareceram anteriormente.
Exigente a nível de entrega e de concentração por parte do ouvinte, “Autochthon” poderá não ser um disco para ouvir todos os dias até porque a cada audição deixará os níveis energéticos bem baixos. É uma questão de resistência, a que fará a diferença no veredicto final do trabalho.
Nota: 7.3/10
Review por Fernando Ferreira
