Festa rija em véspera da noite de S. João. Em dia decisivo para a selecção nacional de futebol, também no Hard Club o "confronto" era entre portugueses e norte-americanos. A diferença? Na Sala 2 deste espaço de concertos, todos saíram a ganhar.
De Atlanta e com pontualidade, coube aos Lazer/Wulf a tarefa de começar a festa quando o número de foliões que marcavam presença era ainda escasso. Mas nem o bastante espaço por preencher fez o power trio abrandar, demonstrando que, acima de tudo, estavam a passar um bom tempo na Invicta. O público foi, aos poucos, aumentando para presenciar a excelente qualidade técnica destes três músicos. A sonoridade, ainda que diferente da praticada pelos Kylesa, foi perfeita para aquecer o ambiente e conseguiu pôr boa parte das cabeças a abanar.
Os Kylesa que, treze anos depois do seu início, já dispensam apresentações, entraram com a caixa de velocidades em modo automático e, tema após tema, mostraram o que valem e o poder que conseguem trazer aos seus concertos. Só após 45 minutos de actuação foi possível ouvir a voz não-cantada de Phillip Cope, quando agradeceu a presença do público que, por esta altura, já compunha bem o Hard Club. Antes disso, já a obrigatória "Unspoken", do último álbum que a banda estava a apresentar, tinha sido tocada, especialmente precedida de um solo por parte dos dois bateristas do grupo. Sempre de poucas falas e com uma expressão fechada, os Kylesa espalharam técnica e tocaram temas como "We're Taking This", "Scapegoat" ou "Running Red", só para dar alguns exemplos, tendo, após esta última, abandonado o palco sob fortes aplausos. O concerto não tinha, no entanto, terminado e a banda voltou aos seus lugares para presentear o público português com mais dois temas, sendo "Said and Done" o golo decisivo que deu a vitória absoluta e incontestável ao quinteto de Savannah.
Texto por Bruno Correia
Fotografia por Daniel Lopes
Agradecimentos: Amplificasom
