Lembram-se da questão crucial na apreciação da música? Provavelmente não, mas, para apreciar verdadeiramente qualquer tipo de música, há que ter uma mente aberta. Uma mente disposta a esperar o inesperado e, mais importante, aceitar o inesperado. Assim sendo, e tendo isto muito presente, está-se pronto para "City Of The Sun", o álbum de estreia dos Seven Impale, que não é mais do que jazz rock. Verdadeiramente jazz rock. Provavelmente não existem muitas bandas que usem e abusem deste estilo como esta banda, mas é o que se tem realmente aqui, a complexidade do jazz, misturada com um espírito de rock progressivo. Talvez a única coisa próxima do grupo norueguês sejam alguns álbuns da época de ouro dos King Crimson e a irreverência de Frank Zappa, sem tantos instrumentos e um pouco mais com os pés na terra.
Cinco temas em quase cinquenta minutos dá uma média de cerca de nove minutos por tema que fluem como se o ouvinte estivesse a caminhar sobre as nuvens. Talvez não seja o álbum ideal para ouvir quando se vai de viagem para qualquer lado - até porque a tendência é para chegar mais depressa ao destino mentalmente do que fisicamente o que pode implicar que fisicamente se faça uma paragem pelo hospital porque pior que conduzir bêbedo é conduzir com a cabeça nas nuvens - ou até mesmo par aouvir numa festa, mas do início ao fim, estes cinco temas são cinco pequenas viagens introspectivas que se tornam essenciais a cada audição.
Melancolia, energia, bom gosto e groove, sem falar o poder que sax tem, são tudos bons motivos para mergulhar rapidamente em "City Of The Sun" e para ter em atenção esta banda norueguesa nos próximos tempos. Existem muitos flirts entre rock e metal com o jazz mas nunca um desses flirts soou tão boa onda e ao mesmo tempo tão urgente como este. Provavelmente os fãs das sonoridades da década de setenta ou progressivas estarão mais aptos para tal viagem que termina com o épico "God Left Us For a Black Dressed Woman", embora no final da mesma se fique com a sensação de que a viagem acabou de começar.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
Cinco temas em quase cinquenta minutos dá uma média de cerca de nove minutos por tema que fluem como se o ouvinte estivesse a caminhar sobre as nuvens. Talvez não seja o álbum ideal para ouvir quando se vai de viagem para qualquer lado - até porque a tendência é para chegar mais depressa ao destino mentalmente do que fisicamente o que pode implicar que fisicamente se faça uma paragem pelo hospital porque pior que conduzir bêbedo é conduzir com a cabeça nas nuvens - ou até mesmo par aouvir numa festa, mas do início ao fim, estes cinco temas são cinco pequenas viagens introspectivas que se tornam essenciais a cada audição.
Melancolia, energia, bom gosto e groove, sem falar o poder que sax tem, são tudos bons motivos para mergulhar rapidamente em "City Of The Sun" e para ter em atenção esta banda norueguesa nos próximos tempos. Existem muitos flirts entre rock e metal com o jazz mas nunca um desses flirts soou tão boa onda e ao mesmo tempo tão urgente como este. Provavelmente os fãs das sonoridades da década de setenta ou progressivas estarão mais aptos para tal viagem que termina com o épico "God Left Us For a Black Dressed Woman", embora no final da mesma se fique com a sensação de que a viagem acabou de começar.
Nota: 9/10
Review por Fernando Ferreira
