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Overdrive - "The Final Nightmare" Review


Este interesse todo retro é, como diria Jaime Pacheco, uma faca de dois legumes. Por um lado é a oportunidade para que bandas que foram esquecidas injustamente tenham uma boa oportunidade de mostrarem e de se fazerem notar, por outro, também pode ser uma forma de desenterrar coisas que deviam, para bem de todos, continuar enterradas. Os Overdrive são uma banda britânica que está a viver agora a sua terceira vida. A sua primeira encarnação começou tal como muitas outras, nos finais da década de setenta, quando uma série de bandas inglesas se preparavam para tomar o mundo de assalto, e durou dez anos, tendo como resultado uma demo e um single. A segunda encarnação começou um ano depois, em 1988, e já foi mais produtiva, com dois álbuns. No mesmo ano em que lançaram o segundo terminaram, para voltarem à vida dez anos depois, com um álbum ao vivo. Desde então, lançaram mais dois álbuns, estando em silêncio desde 2006. Oito anos depois voltam com quinto álbum, este “The Final Nightmare”.

A primeira coisa a assinalar e tendo em consideração os últimos lançamentos por parte da Pure Steel Publishing, é que a capa é uma obra de arte. Literalmente, uma obra de arte. Tendo passado com distinção na parte estética, vamos focar-nos na parte sonora. Como seria de esperar, o som vem dentro do NWOBHM e quando se diz que vem de dentro, o sentido é que soa a como se tivesse sido composto e gravado quando o movimento explodiu. O som cru, os riffs, os solos e a voz. Algo bastante próximo do que os Saxon fizeram algures no início dos anos setenta. Mesmo assim, ainda conseguem surpreender com o uso do órgão em algumas faixas, resultando particularmente bem nos solos de “Twice Shy”, “Glass Game” “Twisting My Mind”, com uns duelos bem interessantes entre a guitarra e as teclas.

A questão, e voltando ao início da crítica, é se este regresso se justifica ou não. A resposta não é fácil nem imediata, já que tudo vai depender da perspectiva de quem o ouve. O pessoal da velha guarda até vai achar piada a este trabalho, já que evoca muito da nostalgia em redor da NWOBHM, mesmo que não se possa dizer que tenha alguma canção que se destaque particularmente. Todos os outros, provavelmente não ficarão impressionados e tal também é compreensível, afinal, não temos nada de novo por aqui. Compreendendo ambas as posições e com as devidas distâncias, conclui-se que existe aqui qualidade, é certo, mas que a mesma não vingará e não é desta que os Overdrive se notabilizaram dentro do estilo que tocam. Ainda assim, álbum agradável de heavy metal.

 
Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira