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Anaal Nathrakh - "Desideratum" Review


Os Anaal Nathrakh desde o início que se revelaram uma das criações mais excitantes da música extrema saída do Reino Unido e até da Europa. Alguma crítica encarou alguns dos seus trabalhos mais fracos mas a verdade é que a intensidade sempre foi a imagem de marca que este duo apresentou e dois anos após o lançamento de “Vanitas”, ei-los de volta para o seu oitavo álbum. Estilisticamente não há nada que tenha mudado, a potência e sujidade industrial continuam presentes, assim como os refrões apelativos – tanto na parte das melodias vocais, como nos riffs em tremolo picking que os acompanham e esta sempre foi a sua fórmula de sucesso.

É o exemplo perfeito para quem pode fazer sempre a mesma coisa e mesmo assim não enjoar e mesmo assim, mesmo assim, não falhar. A verdade é as melodias são viciantes e marcantes e imediatamente reconhecíveis. Nem todas as bandas que misturem black metal, com industrial e com grindcore se podem orgulhar do mesmo. A sua identidade é a sua fórmula vencedora, porque apesar de não haver grandes mudanças, apenas ligeiros melhoramentos que são bastante audíveis, continua a não haver competição à altura. O elemento industrial é usado de forma inteligente na sujidade com que o som fica, assim como a bateria programada nem chama a atenção de que o é. Logo nestes dois pontos, arrumam dois potenciais problemas. Mas a força de Anaal Nathrakh sempre esteve no poder das suas composições e “Desideratum” não é nenhuma excepção.

A intro instrumental “Acheronta Movebimus”, a “Unleash” que vem logo a seguir, “A Firm Foundation Of Unyielding Despair”, a faixa título… são tudo excelentes exemplos de como as melodias se colam na cabeça, tendo até um certo lado operático e sinfónico – não que exista uma tentativa consciente de soar como tal, em termos de instrumentos, mas a forma como as melodias são construídas e debitadas, há sem dúvida um factor sinfónico inererente. Assim sendo, com todas as características do projecto intactas e com uma colecção de grandes malhas, o resultado só poderia ser num grande e intenso disco do duo inglês. Nada de novo por aqui, portanto.

 
Nota: 9/10

Review por Fernando Ferreira