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Ghoulgotha - "The Deathmass Cloak" Review


Os Ghoulgotha chegam-nos dos E.U.A. com um som que não é de agora. Na verdade, Se este álbum tivesse sido feito em 1989 ou 1990, não se estranharia. Com "Gazing  Into Melted Night", a primeira faixa "a sério" é como tivessemos logo um resumo daquilo que vamos encontrar no resto do trabalho. Se em algumas ocasiões isso pode ser bom e deixar o ouvinte ávido de curiosidade para ouvir o resto do trabalho, aqui acontece precisamente o contrário.

Com uma mistora entre death e o doom metal mais arcaico, o que se tem aqui é uma colecção desinspirada de músicas que em vez de ser uma homenagem aos tempos antigos, a que muitos chamam de bons e velhos tempos, é uma lembrança vívida daquilo que era feito na altura e não sobrevivia ao teste do tempo. Por falar em teste do tempo, este trabalho nem sobrevive ao final da sua duração, quanto mais a meses ou anos depois. Isto acontece por várias razões, seja a produção sem pujança e baça, seja pela estrutura das músicas previsível e a composição sem chama ou pelos pormenores técnicos que querendo ser primitivo, são básicos.

Já muitas vezes falámos aqui de como é complicado fazer doom metal que seja interessado. Normalmente, juntando as características de death metal facilita-se um pouco as coisas. Um pouco mais de peso, um pouco mais de velocidade, mas aqui nada disso serve. Nada consegue despertar do marasmo infindável que se pode muito bem transformar num coma profundo que é "The Deathmass Cloak" ouvido de uma vez só. Atente-se na forma como acaba, com "Levitate Within The Curse" um tema de onze minutos que surge no final do álbum quando já se está a implorar pela vida.

É um álbum fraquissimo que confunde o ser clássico e a sonoridade de culto, muito bem apreciada por uma boa franja do público apreciador de metal extremo, com o ser desleixado e apresentar um trabalho sem o mínimo de brilho que consiga interessar a qualquer fã de death/doom que se preze. O cheiro a bafio é tanto que pode afastar mais do que atrair, o que para um álbum novo não poderá haver pior elogio. Nada como peixe fresco podre. Além de cheirar mal, pode matar. Até em doses pequenas, quanto mais numa de cinquenta e quatro minutos.


Nota: 2/10

Review por Fernando Ferreira