O black metal (e o som extremo em geral) grego está em força, completamente alheio ao termo crise e como mais uma prova temos este “Ma Ion (Formulas Of Reptilian Unification)", o quinto álbum dos gregos Acherontas. Não se pode dizer que a sua proposta seja corriqueira ou banal – raramente algo que venha da Grécia é corriqueiro ou banal – e para quem nos os conhece mas aprecia os elementos característicos de black metal com elementos sinfónicos e ritualistas – como demonstrado na “Fires Of Prometheus”, que embora não tenha sido anunciada como tal, serve como intro.
Como já referimos, da Grécia costumamos receber propostas pouco usuais, mas este quinto álbum traz-nos apanha-nos de surpresa porque soa inesperadamente… escandinavo. Seja pela quantidade de reverb que possui, principalmente na voz, como até nas peças ambientais e assim como nos arranjos, há uma aproximação a uma série de soluções que nos remetem mais para norte da Europa do que propriamente para a Grécia, mas aquele norte de Europa aventureiro no experimentalismo. A frieza que estes mais de setenta e dois minutos emanam é impressionante, como se sentíssemos na face a brisa gélida a queimar-nos a cara – “Permutations In The Aetheric Void” faz com exista um novo nível para o termo ambient music, este género que realmente ganha uma nova dimensão aqui.
Os fãs do black metal mais directo poderão chegar a meio e ficar totalmente aborrecidos, mas este trabalho é muito mais do que apenas black metal, em termos musicais. Encerra em si um forte componente ambiental e ritualista que não pode ser dissociada das restantes músicas, o que exige do leitor mais paciência – principalmente se não entrar à primeira na frequência adequada. Denso e exigente, este é um daqueles trabalhos difíceis de apreciar mas que quando assimilado propriamente, é uma viagem digna de se apreciar.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
Como já referimos, da Grécia costumamos receber propostas pouco usuais, mas este quinto álbum traz-nos apanha-nos de surpresa porque soa inesperadamente… escandinavo. Seja pela quantidade de reverb que possui, principalmente na voz, como até nas peças ambientais e assim como nos arranjos, há uma aproximação a uma série de soluções que nos remetem mais para norte da Europa do que propriamente para a Grécia, mas aquele norte de Europa aventureiro no experimentalismo. A frieza que estes mais de setenta e dois minutos emanam é impressionante, como se sentíssemos na face a brisa gélida a queimar-nos a cara – “Permutations In The Aetheric Void” faz com exista um novo nível para o termo ambient music, este género que realmente ganha uma nova dimensão aqui.
Os fãs do black metal mais directo poderão chegar a meio e ficar totalmente aborrecidos, mas este trabalho é muito mais do que apenas black metal, em termos musicais. Encerra em si um forte componente ambiental e ritualista que não pode ser dissociada das restantes músicas, o que exige do leitor mais paciência – principalmente se não entrar à primeira na frequência adequada. Denso e exigente, este é um daqueles trabalhos difíceis de apreciar mas que quando assimilado propriamente, é uma viagem digna de se apreciar.
Nota: 8/10
Review por Fernando Ferreira
