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A Swarm Of The Sun - "The Rifts" Review


Há uma intensidade na música melancólica que nem os maiores extremismos por vezes conseguem igualar. É essa intensidade que encontramos no tema “There’s Blood On Your Hands”, um tema instrumental que inicia as hostilidades neste segundo trabalho dos suecos A Swarm Of The Sun. Umas bandas fazem intros, outras fazem coisas como estas, que deixam ao mesmo tempo desarmado e curioso qualquer fã de música pesada. E por falar em música pesada, não se pode dizer que a banda use muito peso. Pelo menos, não da forma que um fã de metal extremo espera. Estará mais próximo do rock ou do pós-rock do que propriamente do metal (ou pós-metal). Ainda assim, tem muitos elementos de bandas que têm (ou já tiveram) o elemento bem presente, assim como existe uma proximidade à cena alternativa/industrial.

Nomes como Nine Inch Nails, Anathema, Agalloch, Alcest, Katatonia, Portishead poderão nem sempre ficar bem uns ao lado dos outros, mas a verdade é que podemos encontrar semelhanças ou pontos em comum, nada que, no entanto, belisque a qualidade da duo sueco. Este álbum, mesmo não sendo assumidamente metal, agradará sem dúvida a todos os que gostam de doom ou pós-metal porque é o mesmo tipo de sentimentos que desperta, é o mesmo tipo de viagem que proporciona, uma viagem ao interior de cada ouvinte, uma viagem em que se é invadido por emoções, em que se é tocado por elas. “Infants” nos seus nove minutos de duração exemplifica bem de que tipo de viagem se trata, com um começo calmo e hipnótico e pouco depois da sua metade, uma explosão num riff e lead melancólico e épico que é impossível não se ficar fascinado. Um pequeno exemplo para mostrar a viagem que se tem aqui.

“The Rifts” é um segundo trabalho de luxo com músicas de extrema qualidade e com uma sensibilidade que não é comum encontrar e que não é fácil de ignorar. É um daqueles trabalhos em que bandas explodem e ascendem a estados superiores de sucesso. Não se prevê que seja isso que vá acontecer aqui, até porque no mundo da música, sucesso e qualidade não são duas características que andam de mãos dadas. Independentemente disso, da resposta ou reacção popular e comercial, este será sempre um trabalho de qualidade inegável que merece ser ouvido vezes infindáveis.


Nota: 9.3/10

Review por Fernando Ferreira